Impacto do período da pandemia covid-19 na prática de atividades físicas e no comportamento das crianças em idade escolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Amorim, Ana Rita Avelino
Orientador(a): Blascovi-Assis, Silvana Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/30874
Resumo: A Organização Mundial da Saúde (OMS), em pronunciamento oficial, classificou a COVID-19 como pandemia e em decorrência desse evento, a sociedade como um todo foi severamente afetada. Em particular, as crianças foram privadas do contato social, em escolas, parques, clubes, academias ou outras instituições e tiveram uma forte restrição de atividades motoras. Diante desse quadro, esse estudo teve como objetivo investigar o impacto do período de isolamento social, durante a pandemia COVID-19, nas práticas de atividades físicas e no comportamento de crianças, incluindo a validação de conteúdo de um questionário adaptado de atividades físicas e comportamento sedentário. A amostra foi composta por 68 pais e ou responsáveis por crianças com idades entre 6 e 11 anos, sendo 39 meninas e 29 meninos, destas 40 regularmente matriculadas na rede pública e 28 na rede privada do Ensino Fundamental I, de municípios da Região Metropolitana de São Paulo. Os instrumentos utilizados foram o Questionário de Identificação, Questionário Socioeconômico da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa para o Brasil (ABEP), Breve Monitor de Problemas – Formulário para pais de crianças e adolescentes entre 6 e 18 anos (BPM-P) e Questionário adaptado de Atividades Físicas e Comportamento Sedentário (QAFCS). A adaptação do QAFCS obteve índice de validade de conteúdo de 0,931. Os questionários foram encaminhados por aplicativo de mensagens ou por e-mail e respondidos no período de dezembro de 2021 a março de 2022. Os resultados indicaram que os impactos da pandemia foram percebidos pelos responsáveis na diminuição da prática de atividades físicas (média de 3,56 para 2,56 dias/semana), no aumento do sedentarismo (média de 5,1 para 9,8 horas/dia de tela e atividades sedentárias), observando se um incremento no tempo de uso de telas como recurso de interação entre criança-escola e de lazer, com ganho médio de peso de 5,4 quilos em um ano. O nível socioeconômico apresentou uma associação positiva antes da pandemia com a maior frequência de esporte individual (rs=0,468; p=0,001). Não foram apresentadas correlações entre problemas de comportamento e a prática de atividade física. Houve associação positiva entre problemas internalizantes e comportamento sedentário durante a semana (rs=0,263, p=0,030) e nos finais de semana (rs=0,342, p=0,004). As conclusões apontam que houve diminuição da prática de atividades físicas, aumento do sedentarismo e alterações de peso no período da pandemia, reforçando-se assim a recomendação de incentivo à prática e vivência psicomotora na infância. Além disso, os familiares e educadores devem estar atentos à associação observada entre comportamento sedentário e problemas internalizantes. Novos estudos são necessários para que se avalie os impactos da pandemia a longo prazo.