Um diálogo entre João Amos Comenius e Paulo Freire sobre educação libertadora à luz do personalismo cristão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Marcos Novaes da
Orientador(a): Vieira, Marili Moreira da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/33905
Resumo: É objetivo desta pesquisa investigar uma educação que se constitui libertadora e que é elemento norteador e emblemático da pedagogia do educador brasileiro Paulo Freire e da pedagogia defendida pelos protestantes –, faz uma simbiose epistemológica entre estes dois núcleos temáticos, educação freireana e “educação protestante”, na tentativa de provar que é possível, apesar da polarização política dos nossos dias (do “nós contra eles”) e da tentativa de setores da política do Brasil (como a bancada evangélica), de excluir o nome de Paulo Freire da educação brasileira, haver dialogização entre educadores freireanos e educadores evangélicos quanto ao tema da educação libertadora. Parte do pressuposto que a liberdade é um âmago, um cerne, um tema nuclear que perpassa tanto a pedagogia de Freire como a pedagogia defendida e ressignificada pelos educadores evangélicos – criando possibilidade de diálogos, similaridades, aproximações e distanciamento em um processo interdisciplinar e dialético conduzido pela pesquisa. Para conseguir este propósito, apropria-se como ferramenta teórica do Personalismo Cristão, corrente filosófica defendida pelo filósofo francês Emmanuel Mounier, como um horizonte epistemológico indicativo que influenciou Freire e que encontra guarida na “educação protestante”, porque defende a pessoa humano como axioma de toda a realidade, o que resulta na busca constante da liberdade do ser humano. Primeiramente, busca provar que Freire é um autor eclético, sua pedagogia recebeu influência de várias correntes filosóficas (por exemplo, a Fenomenologia e o Marxismo), dentre tantas, o Personalismo. Em seguida, apresenta o Personalismo Cristão como uma chave hermenêutica para a compressão da Pedagogia de Freire. Posteriormente, revela como o Personalismo chegou ao imaginário freireano por meio de movimentos católicos no Brasil e por meio de uma investigação, discute sobre os principais núcleos de diálogos entre o Freireanismo e o Personalismo. Segue fazendo uma arqueologia da ideia de liberdade das principais obras de Freire (Educação como Prática da Liberdade, Pedagogia do Oprimido e Pedagogia da Autonomia). Em Educação como Prática da Liberdade, Freire se vale da oralidade para tratar da liberdade, revelando que o conceito de liberdade está atrelado à concepção que se tem do homem. Em Pedagogia do Oprimido, Freire revela a problemática do opressor versus oprimido. Faz uma crítica ao “conformismo social”, que leva os homens a perderem a sua liberdade. Ele propõe o caminho da humanização como solução do conflito. Já em Pedagogia da autonomia, tem-se o pensamento mais maduro do autor sobre o tema da liberdade na educação, revelando um conceito de liberdade concebida como limitante e restritiva, ou seja, não é uma liberdade sem limites, em benefício da própria Educação libertadora. A liberdade na obra de Freire pode ser antônima de escravidão. É a libertação do oprimido e do opressor do seu estado de desumanização. Pode ser a libertação de situações sociais e políticas opressivas como uma condição fundamental para a realização da liberdade. É também a dimensão subjetiva da pessoa humana que almeja a liberdade. À luz do Personalismo, estabelece um diálogo sobre educação e liberdade entre Paulo Freire e João Amos Comenius, como modelo de um educador protestante – por fim, intermedeia o diálogo entre evangélicos e seguidores de Paulo Freire sobre o tema proposto, trazendo provocações, por meio de implicações oriundas da pesquisa.