Resistência à linguagem neutra : preconceito e intolerância

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Fernandes, Júlio César Vieira
Orientador(a): Hilgert, José Gaston
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/38716
Resumo: A língua ampara e subsidia a existência do sujeito conferindo-lhe validação, representatividade e autonomia nas mais diferentes práticas sociais na contemporaneidade. Desse ponto, romper com os paradigmas postulados diante do gênero, por intermédio da linguagem neutra e do que essa preconiza, vai além do que era esperado ou foi designado ao nascimento desse sujeito nesse perfilamento, transcende e culmina em um sujeito livre de preconceitos, ódios e intolerância. Diante disso o objetivo geral deste trabalho é analisar manifestações nas redes sociais sobre a linguagem neutra para evidenciar traços linguístico-discursivos por meio dos quais o preconceito e a intolerância em relação a ela se revelam. Nesse âmbito, constitui objeto de nossa pesquisa as manifestações dos internautas sobre o tema em pauta verificando a reação desse tema em discussão no Twitter (X). O conjunto de dados que analisamos são manifestações de usuários dessa rede, entre setembro de 2021 e julho de 2022. Os fatos que desencadearam as manifestações na rede são os seguintes: a) utilização dos comandos #linguagemneutranão #linguagemneutra; b) o Projeto de Lei 77/21 de Porto Alegre; c) A Lei nº 5.123, de 19/10/2021 de Rondônia, que trouxeram muitas demonstrações de discursos de intolerância e preconceito, sobretudo o linguístico, no tocante à linguagem neutra. Definida, então, a orientação teórica, procuramos dominá-la com base em textos fundamentais que tratam dela: Para tratar das noções sobre linguagem neutra: Fiorin (2022); Othero e Filho (2021); Carvalho (2020); Schwindt (2020); Meyer & Soares (2004); para embasar as noções de preconceito e intolerância: Moreira & Lopes (2020); Ambuja (2012) e Barros (2007; 2014; 2016; 2019;). A base teórica nos abriu o caminho para definir as orientações metodológicas, os critérios de análise e, especialmente, os objetivos da dissertação. Percebemos nelas duas tendências especialmente evidentes: a) a predominância absoluta de posicionamentos intolerantes dos internautas em relação à relevância do tema em si, e intolerância maior ainda com o fato de ele constituir objeto de discussão; b) a vinculação muito frequente da postura de intolerância com posicionamento político.