Educação nutricional na educação infantil: o papel da escola na formação de hábitos alimentares das crianças, considerando a problemática da obesidade infantil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Moreira, Ana Cristina Medeiros lattes
Orientador(a): Sanchez, Petra Sanchez lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.mackenzie.br/handle/10899/24932
Resumo: As mudanças de comportamento alimentar que estão ocorrendo na sociedade estão promovendo grande impacto no panorama da saúde do povo brasileiro, provocando um representativo aumento das doenças crônicas não-transmissíveis, associadas às causas mais comuns de morte na atualidade. Essas alterações têm, igualmente, afetado as crianças. A incidência da obesidade infantil triplicou nas últimas três décadas. A escola tem sido apresentada como um espaço privilegiado para promover saúde, incluindo a formação de hábitos alimentares saudáveis. O estudo visa conhecer a atuação de uma Escola de Educação Infantil do Município de São Paulo, frente ao desafio da educação nutricional, considerando a problemática da obesidade infantil, partindo da observação da merenda escolar, dos projetos educacionais da escola, do grau de conscientização e das ações efetivas dos professores nesse sentido. O trabalho caracterizou-se por um estudo exploratório e participante, com uma abordagem metodológica de pesquisa qualitativa. A população alvo constituiu-se de uma amostra de aproximadamente 400 alunos e de 14 professoras. Foram utilizados diários com registros pessoais, entrevista com a coordenadora pedagógica, observação de campo, questionário aplicado aos professores, fotos e vídeos. Foi efetuada uma análise dos dados antropométricos das crianças, por meio da utilização do aplicativo Epiinfo. Na merenda escolar, destacou-se a falta de variedade do cardápio oferecido. Do ponto de vista qualitativo e dos aspectos sensoriais (sabor e aparência), a refeição era mais adequada do que o lanche. Os agentes escolares e as merendeiras não eram orientados a contribuir com a educação nutricional das crianças. Verificou-se que a escola possui em andamento um projeto educacional (Projeto Horta) relacionado com as ações de educação nutricional. Pode-se afirmar que os educadores percebem a importância desse tema estar inserido nas atividades da escola, mas que ainda não foi transformado em ações efetivas por parte de todos. O percentual de obesidade encontrado entre as crianças foi de 14%, sendo maior entre as meninas. A palestra realizada na escola foi bem sucedida na consecução de seus objetivos. O caráter interdisciplinar da pesquisa permitiu concluir que a interação profissional entre o nutricionista e os educadores é possível e extremamente necessária para as ações de educação nutricional. Pôde-se observar que há pouca comunicação entre os órgãos do governo que integram o sistema de alimentação escolar, incluindo também os Centros de Saúde, os quais não estão inseridos nas atividades de educação nutricional no ambiente escolar. Recomenda-se que haja um profissional nutricionista responsável pelo acompanhamento das ações de educação nutricional, coordenando, articulando e acompanhando as diferentes fases dos processos. Recomenda-se também a realização periódica, não só de palestras orientadoras aos pais, como ainda cursos de capacitação aos professores, merendeiras e agentes de ensino.