Reações a paradoxos : um estudo em organização de economia mista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: França, Rafael Pedroza de lattes
Orientador(a): Domenico, Silvia Marcia Russi de lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.mackenzie.br/handle/10899/23654
Resumo: A mudança nas organizações é entendida sob uma perspectiva contínua, inerente à ação humana e resultado da construção social, feita por atores nas organizações, que continuamente reconstroem hábitos de ação e redes de crenças. No processo de organizar, pode ocorrer a saliência de demandas até então latentes, contraditórias, todavia imbricadas, ao que se dá o nome de paradoxos, que dificultam ou encorajam o desenvolvimento das organizações. Tendo isto em vista e considerando a importância de estudos sobre paradoxos nas organizações, buscou-se focalizar as tensões envolvendo o binômio público-privado de organizações de economia mista, mais especificamente compreender as reações de gestores a essas tensões paradoxais em contexto de um processo de mudança que revisou a missão e os valores da organização. Para tanto, empregou-se abordagem qualitativa, tendo como estratégia de pesquisa o estudo qualitativo básico. O levantamento de dados foi realizado em uma empresa de economia mista do setor financeiro, a partir de transcrições de vídeos, documentos internos e públicos e entrevistas qualitativas com oito gestores de unidades de negócios que atendem médias e grandes empresas. Os resultados da análise mostraram três tipos de tensões paradoxais relacionadas ao binômio público-privado: de desempenho, pertencimento e aprendizagem, construídas por meios de mensagens ambíguas, ciclos recursivos e contradições do sistema. As reações às tensões, fruto da interpretação dos gestores a essas tensões, realimentam ciclos viciosos, que acabam por olhar para os elementos da de forma separada, por meio de projeções ou divisões, que remetem as dualidades a áreas, produtos, práticas, tempos e locais diferentes, sem encara-las de forma conjunta. O processo de mudança, acabou por (re)alimentar as tensões já existentes, tornando-as cada vez mais imbricadas no sistema organizacional. Como contribuições, pôde-se colaborar para o entendimento de tensões paradoxais, especialmente tornadas salientes em processos de mudança, além de oferecer aos gestores lente para entender as contradições nas organizações. Além disso, mostrou-se que em algumas organizações a própria gênese pode favorecer a existência de tensões paradoxais.