Efeitos comportamentais e psicofisiológicos da meditação mindfulness no emprego de duas estratégias de regulação emocional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Teixeira, Camila Paulino Rodrigues Alves lattes
Orientador(a): Boggio, Paulo Sérgio lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.mackenzie.br/handle/10899/22738
Resumo: Dentre as variadas estratégias de se modular os componentes da resposta emocional, a reavaliação cognitiva e a distração se destacam nas pesquisas atuais. Como indicam estudos recentes, a capacidade de regulação emocional é tipicamente aprimorada a partir da meditação Mindfulness, prática esta que costuma oferecer benefícios para o funcionamento cognitivo das pessoas e visa aperfeiçoar uma característica intrínseca a todo ser humano: a capacidade de voltar a atenção para o momento presente. Nesse sentido, este estudo buscou investigar o efeito do Mindfulness na reavaliação cognitiva e distração. Foram coletados 90 sujeitos saudáveis e sem experiência com meditação. Desses participantes, 30 foram submetidos a uma prática de Mindfulness com atenção plena na observação de pensamentos; 30 passaram pela Meditação nos Corações Gêmeos (MCG); e os 30 restantes não passarão por nenhuma das duas práticas (grupo controle). Após a prática, todos os participantes responderam a uma tarefa de observação de imagens de conteúdo afetivo, adotando as estratégias de regulação emocional e avaliando cada uma das imagens quanto sua valência e intensidade. Além dos dados comportamentais, foram registradas medidas psicofisiológicas dos participantes, através da eletrocardiografia (ECG). Os resultados demonstram maior eficácia da MCG em suprimir ou amplificar as emoções, quando analisadas as escalas de valência das imagens. Para as demais medidas (escalas de intensidade e ECG), não houve efeito de grupo, apenas das estratégias. Dessa forma, para diminuir a intensidade de uma imagem negativa, reavaliação cognitiva e distração mostraram-se igualmente eficientes, contudo, somente a reavaliação mostrou-se eficaz para aumentar uma excitação emocional, quando diante de imagens positivas. Em relação aos dados da ECG, não foi encontrada diminuição da aceleração cardíaca estatisticamente significativa em função das estratégias de regulação emocional, do contrário, distração foi a estratégia que recrutou maior aceleração cardíaca durante a tarefa experimental, independentemente da categoria da imagem. Os resultados indicam que a meditação do tipo contemplativa pode influenciar positivamente na capacidade de regulação emocional, mesmo quando efetuada por não-meditadores e uma única vez. Já em relação à meditação Mindfulness, foco deste estudo, não foi encontrado este mesmo efeito imediato, indicando uma maior probabilidade de que os benefícios desta meditação sejam percebidos a partir de uma prática contínua e de longo-prazo, como já visto na literatura.