Aprendizado de Antônio Bento nas veredas sertanejas. José Lins do Rego : Pedra bonita e Cangaceiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Araújo, Karin Bakke de lattes
Orientador(a): Alvarez, Aurora Gedra Ruiz lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.mackenzie.br/handle/10899/25182
Resumo: Os romances Pedra Bonita (1938) e Cangaceiros (1953) de José Lins do Rego (1901-1957) conduzem o protagonista Antônio Bento Vieira pelas veredas sertanejas nordestinas na década de 1920, à ação alicerçada nos conflitos do cangaço e do messianismo com as autoridades constituídas dos mais diferentes níveis. O enredo é entretecido com base em sólidos elementos geográficos, históricos e linguísticos, pavimentando a jornada de formação do herói para além das fronteiras regionais. Essa estrutura geográfica, histórica e linguística fortemente presente nos dois romances foram cotejados com especialistas de cada modalidade, com ênfase na crítica literária publicada em vida do romancista. Na representação desse arcabouço temático, o autor coloca sua personagem central numa posição privilegiada na trama, de modo a ser testemunha direta dos grandes dramas envolvendo as partes em disputa. O leitor tem ao seu dispor recursos literários, como o grotesco, a carnavalização, a polifonia, a estrutura cronotópica, o ato responsável, o riso, conforme analisados por Mikhail Bakhtin, cujas considerações teóricas são confrontadas com trechos das duas obras. Também foram considerados aspectos literários presentes nos textos como o fluxo de consciência, conforme estudado por Robert Humphrey, e a presença do espaço e da natureza, comparados com os princípios defendidos por Gaston Bachelard. Os aspectos históricos das práticas e das táticas dos cangaceiros foram analisados considerando os estudos de Frederico Mello. Para compor a trajetória redentora do herói, o escritor aprofunda personagens coadjuvantes em conflito, construindo uma polifonia das vozes de todas as classes sociais das forças que se enfrentam. Essas personagens secundárias são aprofundadas no desenrolar da trajetória, formando um conjunto de manifestações que ampliam e adensam as opiniões presentes no local escolhido da ação. Ao mesmo tempo criam condições para alargar a visão de mundo do protagonista que, assim, fica livre para decidir sobre sua vida, síntese dos dramas regionais.