A construção do duplo em Rodrigo Terra Cambará e Floriano Terra Cambará nas obras O retrato e O arquipélago de O tempo e o vento, de Erico Verissimo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Novroth, Ana Lúcia Macedo lattes
Orientador(a): Atik, Maria Luiza Guarnieri lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.mackenzie.br/handle/10899/25457
Resumo: A presente dissertação é um estudo crítico de base interpretativa que tem como proposta analisar como se dá a duplicidade – entendido o termo como consciência que se multiplica– entre as personagens Rodrigo Terra Cambará e seu filho, Floriano Terra Cambará, especificamente nos volumes de O retrato e O arquipélago, que compõem a trilogia O tempo e o vento, de Erico Verissimo. Partimos do pressuposto que o escritor se preocupou em dar densidade ao protagonista fato que o distingue de uma personagem que funciona apenas como força motriz da ação. Podemos afirmar que o escritor gaúcho, por meio de sua proficiência literária, realizou a difícil tarefa de representar a crise identitária vivenciada pelo homem moderno, segundo a qual o ser duplicado é signo de um eu fragmentado. Dentre os estudiosos mais representativos que embasaram estes objetivos, foram de fundamental importância as elaborações de Mikhail M. Bakhtin e Volochinov que versam sobre dialogismo, ideologia, discurso individual e coletivo, passando pela questão da identidade. Como suporte teórico para exame do duplo, utilizamos autores que transitam pela filosofia como Clément Rosset, pela psicologia e psicanálise como Otto Rank, Sigmund Freud, Carl Gustav Jung, C.F.Keppler. Embora os teóricos adotem juízos distintos no reexame do duplo, a abordagem foi possível uma vez que a maioria admite certa correspondência quanto à questão da alteridade. Constatamos que as obras em questão se expandem a múltiplas análises e, com isso, pudemos atualizar a literatura de Erico Veríssimo e ressignificar o mito do duplo adequando-o ao contexto histórico, embora sem alterar, em sua essência, o símbolo da busca da identidade.