Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Fernandes, Sofia Finguermann e |
Orientador(a): |
Brito , Regina Helena Pires de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Presbiteriana Mackenzie
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/33676
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Resumo: |
Esta tese propõe, amparada pela Análise do Discurso de linha francesa, uma reflexão sobre a representação feminina na mídia. Para tanto, percorre a trajetória do conceito de ethos conforme Maingueneau, bem como vincula tal corporalidade discursiva à hierarquia social de sexo/gênero, a fim de observar de que maneiras as imagens de si no discurso incidem especificamente sobre as mulheres. Este estudo se debruça especialmente sobre as publicações do periódico Brasil Mulher (BM), que circulou no país entre 1975 e 1980, bem como sobre outros jornais alternativos feministas da imprensa lusófona do século XX. Objetiva-se contribuir com os estudos sobre a representação jornalística de mulheres politicamente atuantes, bem como com a sistematização do próprio conceito de ethos na AD. O jornal estudado teve início como um movimento feminino pela anistia e publicava críticas ao regime ditatorial vigente, priorizando a perspectiva social de brasileiras da classe trabalhadora. Levanta-se a hipótese de que a construção da imagem discursiva da mulher no BM foi sofrendo alterações conforme as mudanças sociais e de acordo com a própria organização política das mulheres brasileiras. Propõe-se que o veículo tenha colaborado para a emancipação feminina, bem como para o processo de redemocratização no país; além disso, algumas pautas apresentadas pelo BM ainda se mostram pertinentes na busca pela equidade de sexo/gênero e nas lutas antirracista e anticapitalista, uma vez que muitas delas não foram superadas. A fim de compreender melhor essas questões, investiga-se a construção discursiva do corpo enunciante no periódico, que se apresenta em uma corporalidade coletiva e política. O corpus não parece convergir com as representações midiáticas costumeiras da mulher politizada (Beard, 2018), mas propõe um fazer jornalístico que valoriza e dá voz a uma coletividade de mulheres comumente silenciadas. Para tanto, realiza-se análises linguístico-discursivas de quatro edições do jornal, investigando principalmente os elementos das capas e as seções de entrevista e cartas dos leitores. Esse recorte permite observar a pluralidade de vozes que compõem esse corpo-político que se constrói discursivamente, possibilita sua categorização e o levantamento de efeitos de sentido que emergem dessa leitura. Pretende-se, por fim, refletir sobre caminhos discursivos alternativos para a representação da mulher na mídia – pensar formas de transpor as barreiras de acesso ao discurso que as mulheres enfrentam e as representações midiáticas tendenciosas que cerceiam seu fazer político. |