Análise espaço-temporal da mortalidade e dos casos de insuficiência renal no estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Solera, Alessandra Lemes Barcala
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Oeste Paulista
Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional
Brasil
UNOESTE
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.unoeste.br:8080/jspui/handle/jspui/1654
Resumo: A Insuficiência Renal (IR) é uma doença progressiva e grave, representando um desafio significativo para a saúde pública. A doença é caracterizada pela perda da capacidade funcional dos rins, a qual pode levar a complicações e morte prematura. Embora o Ministério da Saúde disponibilize dados de casos e mortalidade por IR a nível municipal, o padrão de distribuição espacial desta doença no Estado de São Paulo é desconhecido. Isto é essencial para apoiar a definição de políticas públicas de saúde efetivas, de acordo com as áreas mais afetadas pela doença. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi analisar a distribuição espaço-temporal da mortalidade e da taxa de insuficiência renal (aguda, crônica e não especificada) no Estado de São Paulo no período de 2008 a 2021, correlacionando-as com fatores sociodemográficos. Para tanto, foi realizado: (i) levantamento de dados de mortalidade por IR (lista Causa - CID-BR-10) por município do estado de São Paulo, por meio do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM); (ii) levantamento do número de Autorizações de Internação Hospitalar (AIH) aprovadas para a insuficiência renal (lista Morbidade da CID-10), por município do estado de São Paulo e dados sociodemográficos (ex.: idade, gênero) na base DATASUS; (iii) organização da base cartográfica de limite dos municípios; (iv) processamento dos dados, incluindo cálculo da taxa de mortalidade e taxa de insuficiência renal, análise exploratória dos dados, cálculo de tendência temporal da distribuição da taxa de mortalidade e taxa de insuficiência renal no estado, e uso de métodos de detecção e análise de agrupamento espacial; e (v) elaboração de mapas temáticos uni e bivariados para exploração e análise dos padrões observados. O período de análise de dados foi de 2008 a 2021. Os dados disponíveis no DATASUS para mortalidade (lista Causa - CID-BR-10) e AIH aprovadas (lista Morbidade da CID-10) para IR consideram conjuntamente insuficiência renal aguda (N17), insuficiência renal crônica (N18) e insuficiência renal não especificada (N19). O processamento, análise e representação dos dados foi realizado em Sistema de Informação Geográfica (SIG). Os resultados apontaram que o padrão de distribuição da mortalidade e da taxa por IR no Estado não é aleatório. Há uma tendência ascendente da taxa de IR e do número de óbitos. Os homens são os mais afetados pela doença e apresentam maior número de óbitos, sendo a faixa etária acima de 59 anos a mais vulnerável. As regiões mais críticas para IR são aquelas situadas à oeste do Estado, sobretudo, a mesorregião de São José do Rio Preto. Os resultados deste trabalho representam importantes fontes de dados para Medicina, permitindo identificação de áreas e períodos de maior incidência de IR. Podem auxiliar na orientação de futuras ações de medidas preventivas e sociais e de manejo da IR, incluindo campanhas de conscientização, triagem precoce e intervenções terapêuticas, visando reduzir a incidência e mortalidade pela doença. Permite ainda a implementação de programas de prevenção e controle adaptados às necessidades específicas de cada região e grupo populacional, incluindo educação sobre hábitos de vida saudáveis, manejo adequado de doenças crônicas e acesso a serviços de saúde, principalmente nas regiões que demonstraram maior prevalência e óbitos pela doença. Além disso, os dados obtidos podem contribuir para o planejamento e a alocação de recursos de saúde, de acordo com as particularidades locais, visando mitigar os impactos dessa doença. Esta pesquisa contribui para uma análise epidemiológica que pode informar os setores competentes, para a criação de modelos assistenciais adaptados às necessidades locais. Este estudo também fortalece a capacidade dos profissionais de saúde de enfrentarem a IR em sua prática clínica diária, oferecendo cuidados mais personalizados e eficazes aos pacientes, de acordo com as particularidades locais e sociodemográficas, promovendo melhores resultados clínicos e qualidade de vida.