Educação para o trabalho e escola em tempo integral: análise da formação oferecida aos jovens no Ensino Médio no estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Paes, Marcela Soares Polato
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181529
Resumo: O presente estudo propõe refletir sobre o modo como a categoria trabalho está presente em uma política pública de educação para o Ensino Médio Brasileiro, a partir da proposta do Programa Ensino Integral (PEI), desenvolvido no Estado de São Paulo. Busca identificar e analisar como a categoria “Trabalho” é contemplada na proposta desse programa e sua relação com os fundamentos teóricos e metodológicos que normatizam a formação para o trabalho nele. Além disso, analisa a relação da proposta da disciplina Projeto de Vida oferecida no PEI com o modo como a categoria “trabalho” é contemplada nela. Resulta de uma pesquisa de natureza qualitativa, bibliográfica e documental na qual foram utilizados como instrumentos de coleta de dados a pesquisa documental e realização de entrevistas semiestruturadas com docentes que atuam nesse programa acima mencionado. O presente trabalho contempla, ainda, o panorama geral relativo às pesquisas que vêm sendo desenvolvidas sobre a temática abordada, visando delimitar o objeto deste estudo e contribuir para o avanço das pesquisas referentes à educação e trabalho, bem como para o aprofundamento teórico da área. Como principais resultados salienta-se que o presente estudo defende que oferecer educação pública de qualidade é papel do estado e resultado de um projeto de nação comprometido com a transformação social. Entretanto, instituições de cunho privado vêm buscando introduzir-se no campo educacional, participando da formulação e implantação e políticas educacionais sob a perspectiva do modo de acumulação capitalista em sua configuração atual e, nesse contexto, a relação entre trabalho e educação vem se intensificando de um modo que assimila a ótica do modelo de acumulação vigente no sistema produtivo e, com isso, desvirtua os percursos que precisam ser empreendidos pelo estado na busca de uma educação de efetiva qualidade. Tal fato foi observado no âmbito do programa analisado nesta tese, cuja análise demonstrou que, embora expresse preocupação com o destino dos jovens educandos, elenca propostas que desconsideram aspectos relevantes oriundos do contexto social, político e econômico, que influencia suas trajetórias de vida e os responsabiliza, individualmente, por seu sucesso ou fracasso. Tal circunstância se mostrou um equívoco na medida em que é relevante e essencial para a educação integral dos jovens ampliar suas oportunidades formativas e não as restringir ou consolidar processos excludentes. Desse modo, e a partir das constatações e reflexões aqui apresentadas, a presente pesquisa busca contribuir para pensar uma proposta crítica de formação para o trabalho, comprometida com emancipação dos estudantes que frequentam as escolas públicas.