As vozes da fragmentação socioespacial: uma leitura pelas lentes da mobilidade e da acessibilidade urbanas de citadinos que habitam a periferia de Ribeirão Preto - SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Abate, Alexandre Antonio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/217380
Resumo: No Brasil, as maiores e mais complexas cidades, como as metrópoles, e as cidades médias, apresentam um aprofundamento da diferenciação socioespacial que aponta para a constituição da fragmentação socioespacial. Esse processo decorre, dentre outros elementos, de as cidades brasileiras estarem submetidas às lógicas perversas da reprodução ampliada e infinita do capital e aos ditames do neoliberalismo, fazendo com que o espaço urbano, cada vez mais, torne-se mercadoria, alterando, dessa forma, os princípios e os sentidos do direito à cidade. Buscou-se compreender, por meio da análise das práticas espaciais de citadinos de baixo poder aquisitivo e moradores da periferia, como a lógica socioespacial fragmentária estrutura-se e se consolida, em oposição aos pressupostos do direito à cidade. Desse modo, o processo de fragmentação socioespacial foi analisado a partir da dimensão empírica da mobilidade urbana, a qual é indissociável da acessibilidade urbana. Vinculadas a ela, adotamos, também, as dimensões empíricas do consumo, do lazer e do trabalho. Para a pesquisa, selecionamos a cidade média de Ribeirão Preto, situada no Estado de São Paulo, a qual, com base em várias pesquisas já realizadas, apresenta uma intensificação da diferenciação socioespacial que poderia apontar para a fragmentação socioespacial. Os procedimentos metodológicos que orientaram a investigação são: 1) revisão bibliográfica; 2) trabalhos de campo; 3) pesquisa netnográfica; 4) entrevistas semiestruturadas; 5) avaliação do transporte público; 6) delimitação das áreas comerciais e de serviços de Ribeirão Preto e do Conjunto Habitacional "Cristo Redentor", sendo ele a área privilegiada na investigação. A nossa pesquisa vincula-se ao Projeto Temático intitulado "Fragmentação socioespacial e urbanização brasileira: escalas, vetores, ritmos, formas e conteúdos - FragUrb", financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Pelas lentes da mobilidade urbana, privilegiada para a leitura da lógica socioespacial fragmentária, identificamos tendência de intensificação da diferenciação socioespacial que poderia conduzir à constituição da fragmentação socioespacial. Destacamos, ainda, que a leitura do processo foi feita a partir de uma pequena parcela da cidade e da vida cotidiana de citadinos que participaram dos diferentes enfoques metodológicos, que revelaram que os deslocamentos periferia – centro ainda são estruturadores importantes no uso de seus tempos cotidianos.