Ensino e aprendizagem da ortografia nos anos iniciais do ensino fundamental: desafios, dificuldades e propostas de intervenção

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Souza, Patrícia Regina de
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
• Palavras-chave em Português: Formação docente; Intervenção construtivo-colaborativa; Ensino e aprendizagem de ortografia; Variação linguística; Teacher’s training course; Constructive-collaborative intervention; Ortography teaching and learning; Linguistic variation
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/239831

Esta pesquisa de Doutorado foi desenvolvida no interior da linha de pesquisa “Processos formativos, Ensino e Aprendizagem”, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências e Tecnologia, campus de Presidente Prudente. Centrou-se na temática do ensino e da aprendizagem da ortografia nos anos iniciais do Ensino Fundamental I, cujo objetivo foi o de identificar quais são as dificuldades e os desafios dos docentes para ensinar a ortografia nos anos iniciais e quais são os principais erros ortográficos produzidos pelos alunos, de modo a elaborar uma proposta interventiva de formação construtivo-colaborativa docente que propicie a reflexão sobre os usos linguísticos e contribua com o ensino e a aprendizagem da norma padrão de escrita nos anos iniciais do Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano). Para tanto, ancoramo-nos na pesquisa quali/quantitativa social crítica interventiva construtivo-colaborativa, baseando-nos em autores que concebem seus estudos orientados pela psicologia cognitiva e a metacognição, bem como por teorias da sociolinguística, estudos críticos do letramento e aquelas voltadas à análise e compreensão do campo da formação docente. Os instrumentos de coleta de dados utilizados foram questionários com professores e alunos, percurso formativo realizado com docentes, além de análise de produções de textos de alunos de terceiro e quarto ano de uma escola pública do distrito de Montalvão (Presidente Prudente - SP), tais dados foram analisados à luz da classificação das alterações ortográficas propostas por Morais (2018) e com base no referencial teórico da pesquisa. Nesse sentido, nossos resultados demonstraram que: os temas do ensino e da aprendizagem da ortografia e da variação linguística nos anos iniciais ainda causam insegurança para as docentes, todavia, mesmo em meio aos desafios e às dificuldades, conseguem lançar mão de práticas contextualizadas e significativas de ensino da ortografia; com relação às alterações ortográficas as quais encontramos nas produções dos alunos, percebemos que 88% dos casos concentram-se em regularidades ortográficas, ou seja, 43% de regularidades contextuais, 25% de regularidades morfológico-gramaticais e 10% de regularidades diretas, o que demonstra a dificuldade dos aluno com tal conteúdo curricular, principalmente considerando o contexto de ensino remoto no qual os dados foram coletados; os alunos de terceiro e quarto ano já são capazes de refletir sobre suas dificuldades ortográficas e suas causas, além de entender o que significa ortografia para além de seu significado dicionarizado, compreendendo o seu significado e a sua importância no contexto social; todas as professoras consideraram o percurso formativo como uma via importante para a formação docente, o qual contribuiu sobremaneira com a reflexão (e a modificação de práticas) em relação à concepção sobre o modo de se ensinar e se aprender ortografia. Diante disso, os contributos da Tese apontam para a necessidade de pesquisas que contemplem a participação daqueles que ensinam (os professores) e daqueles que aprendem (os alunos), pois dar voz a esses sujeitos nos faz compreender mais de perto sobre a complexidade do contexto de ensino e aprendizagem e possibilita a mudança na sala de aula, tendo em vista que são levadas em consideração as questões que emergem do chão da escola e as necessidades formativas dos docentes, de modo que a via da pesquisa colaborativa potencializa as transformações que se fazem necessárias e evidencia as práticas exitosas que vêm sendo realizadas pelos professores que lecionam na educação básica.