Avaliação da microbiota cecal de cavalos após sobrecarga de amido e alcalinização do ceco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Bustamante, Caio Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/251215
Resumo: A diversidade microbiana intestinal dos cavalos tem a dieta como a maior fonte de influência. As mudanças dietéticas bruscas e a oferta de carboidratos solúveis em excesso são as principais causas de disbiose intestinal, alterando o processo fermentativo e o pH do meio. O uso de compostos alcalinizantes pode ser uma estratégia para minimizar essa alteração de microbiota. Objetivou-se caracterizar a microbiota cecal de cavalos após a sobrecarga dietética com amido de milho na presença ou não de solução alcalinizante (Mg(OH)2 + Al(OH)3) intracecal. Foram utilizados dez equinos (quatro machos castrados e seis fêmeas), submetidos à fistulação cecal. Após o procedimento e tempo de adaptação, os animais foram distribuídos ao acaso em dois grupos (I e II) com cinco cavalos em cada, e cada grupo foi submetido a dois tratamentos diferentes. Os animais do grupo I foram submetidos aos tratamentos água-salina (AgS – água por sonda nasogástrica e solução fisiológica via intracecal) e amido-tampão (AT – sobrecarga de amido de millho por sonda nasogástrica e solução alcalinizante via intracecal), com intervalo de 15 dias entre os tratamentos. Já os animais do grupo II receberam os tratamentos amido-salina (AS – sobrecarga de amido de millho por sonda nasogástrica e solução fisiológica via intracecal) e água-tampão (AgT – água por sonda nasogástrica e solução alcalinizante via intracecal), nas mesmas condições do grupo I. Foram, então, realizadas avaliações da condição clínica e coleta de amostras de conteúdo cecal em cinco intervalos de tempo (T0, T8, T24, T48, T72 horas). As amostras foram processadas e sequenciadas nas regiões V4-V5 do gene 16S rRNA pela plataforma Illumina. Observou-se redução da diversidade e riqueza microbianas nas amostras cecais de cavalos tratados com amido e tampão, onde as alterações da microbiota ocorreram entre oito e 48 horas após sobrecarga de amido. Neste intervalo de tempo, notou-se aumento da abundância relativa de bactérias amilolíticas como Streptococcus, Lactobacillus e Bacteroides, principais gêneros associados ao tratamento AT, e decréscimo de bactérias fibrolíticas como membros da família Lachnospiraceae. Além disso, os animais tratados com amido apresentaram alterações clínicas como diarreia, claudicação, hipertermia e desidratação, entre T8 e T72, sendo mais intensas no tratamento amido-tampão. Concluiu-se, então, que a solução tamponante via intracecal não auxiliou na manutenção da microbiota cecal de equinos submetidos à sobrecarga dietética de amido, e quando associado à essa sobrecarga, as alterações na microbiota e condições clínicas dos cavalos foram intensificadas.