Identificação da microbiota fecal de equinos submetidos a sobrecarga de amido

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Bustamante, Caio Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Gut
NGS
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/190706
Resumo: A microbiota bacteriana intestinal dos equinos é heterogênea e complexa, podendo ser alterada por variações introduzida na dieta. A ingestão excessiva de carboidrato solúvel altera a microbiota intestinal com possíveis consequências catastróficas sistêmicas. Com este estudo, buscou-se avaliar as implicações da sobrecarga dietética experimental com amido sobre a microbiota fecal, correlacionando-a com a indução de laminite aguda. Foram utilizados 10 equinos (fêmeas ou machos castrados) SRD, idade média de 13±5,6 anos, e peso médio de 353±28 kg. Os animais foram distribuídos num delineamento inteiramente casualizado em arranjo fatorial 2x2 com medidas repetidas no tempo, sendo quatro grupos: controle (GC) - água (10L) por sonda nasogástrica e, após oito horas, solução fisiológica 0,9% (5L) pela cânula cecal; controle-tampão (GCT) - água (10L) por sonda nasogástrica e, após oito horas, solução alcalinizante (3,5g de Al(OH)3, 65,6g de Mg(OH)2) e 1,2g de simeticona pela cânula cecal; amido-controle (GAC) - amido (17,6g/kg) diluído em água (10L) e, após oito horas, solução fisiológica 0,9% (5L) pela cânula cecal; amido-tampão (GAT) - amido (17,6g/kg) diluído em água (10L) e, após oito horas, solução alcalinizante (3,5g de Al(OH)3, 65,6g de Mg(OH)2) e 1,2g de simeticona pela cânula cecal. Amostras de fezes foram colhidas da ampola retal em seis intervalos de tempo: T0 (basal); T8; T12; T24; T48; T72 horas, respectivamente, após a indução com amido. Em período imediato à colheita, avaliaram-se claudicação, sinais de desconforto abdominal, ingestão de água e feno, qualidade das fezes, temperatura e frequência cardíaca. Para a extração de DNA metagenômico, amplificação e sequenciamento das regiões V4-V5 do gene 16S rRNA, empregaram-se “kits” específicos para sequenciador Illumina. As análises das sequências foram feitas pelo programa QIIME. Ocorreu proliferação de bactérias amilolíticas, principalmente das familílias Streptococcaceae e Lactobacillaceae, entre 12 e 48 horas após a ingestão do amido. Concomitantemente, houve diminuição da abundância relativa das bactérias fibrolíticas (Ruminococcus, Clostridum e Eubacterium). A sobrecarga dietética com amido induziu alterações clínicas de laminite aguda a partir de 12 horas da indução. Conclui-se que ocorreu disbiose intestinal com a predominância dos gêneros bacterianos Streptococcus e Lactobacillus associada ao aumento da sensibilidade dos cascos, visto que as alterações clínicas e mudanças na microbiota fecal foram temporalmente coincidentes.