As relações de gênero em Aristófanes: um estudo das esposas legítimas na sociedade ateniense (Sécs. V-IV a.C.)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Aniceto, Bárbara Alexandre
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/153674
Resumo: Tradicionalmente reduzida a um impulso exclusivo de comicidade, a inserção de personagens femininas nas comédias de Aristófanes foi lida por alguns historiadores como uma preocupação do teatrólogo em ridicularizar a imagem da mulher grega. Ao nos debruçarmos sobre a leitura das peças Lisístrata (411 a.C.), As Tesmoforiantes (411 a.C.) e Assembleia de Mulheres (392 a.C.), encenadas no contexto da Guerra do Peloponeso e posterior derrota de Atenas, formulamos a hipótese de que a esposa legítima foi representada como mantenedora da cidade ateniense, uma vez que percebemos a ênfase em sua importância cívica por ser considerada um veículo justo de crítica nas peças aristofânicas. Ao problematizar os acontecimentos e decisões políticas de seu período, o comediógrafo o fez inserindo mulheres ativas em suas obras, responsáveis por aconselhar seus maridos sobre aquilo que julgavam prejudicial à pólis. Pela lei de Péricles, vigente a partir de meados do V século a.C., eram essas mulheres ativas que carregavam o compromisso de reproduzir cidadãos atenienses, contribuindo para a manutenção da lógica democrática clássica. Em nossa visão, o poeta publicita a faceta atuante e interventora do feminino justamente porque ela estava calcada na legitimidade da transmissão da cidadania. Pautados na análise da documentação textual e na História de Gênero, pretendemos compreender a participação feminina, especificamente das esposas legítimas, na sociedade ateniense do V e início do IV séculos a.C., pela problematização da relação entre o feminino e o masculino, bem como enfatizar a possibilidade do papel feminino ativo.