Efeitos da Ametrina na bioenergética de mitocôndrias isoladas de fígado de rato

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Ortiz, Camila
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
ATP
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204571
Resumo: O aumento na demanda de alimentos pela população associado com a exigência de maior produtividade por área faz com que, cada vez mais, os produtores optem pela utilização de praguicidas na lavoura. Sabe-se que o uso destes compostos é crescente em todo o mundo e, paralelo a isso, os riscos de contaminação de organismos não alvos (animais e humanos) tende a aumentar proporcionalmente. A Ametrina é um herbicida da classe das triazinas amplamente empregado em culturas como abacaxi, banana, café, cana-de-açúcar, citros e milho, extremamente móvel no ambiente e altamente persistente na água e solo. Há relatos da presença de resíduos e metabólitos da Ametrina encontrados em águas subterrâneas mesmo depois de longos períodos após sua aplicação. Dados na literatura indicam que o fígado é um órgão alvo da toxicidade da Ametrina, pois ela é capaz de desregular a morfologia e a fisiologia hepática. O fígado desempenha uma função central no metabolismo, pois recebe grandes quantidades de nutrientes e substâncias exógenas (xenobióticos) que são absorvidos por meio do trato digestório e conduzidos pela veia porta para a posterior metabolização e eliminação do organismo. Responsáveis pela síntese da quase totalidade do ATP necessário à manutenção da estrutura e função celular, as mitocôndrias representam um alvo crítico para a ação de drogas e toxinas. O objetivo do presente estudo foi caracterizar os efeitos da Ametrina em mitocôndrias isoladas de fígado de rato. A fração mitocondrial foi isolada por centrifugação diferencial e as concentrações do herbicida utilizadas foram de 25, 50, 100 e 150 µM. Os efeitos da Ametrina nas mitocôndrias foram avaliados pela determinação do consumo de oxigênio mitocondrial, atividades das enzimas relacionadas à cadeia respiratória mitocondrial (NADH desidrogenase e Succinato desidrogenase), potencial de membrana mitocondrial (∆Ψ) e níveis de ATP mitocondriais. Quando energizadas com malato + glutamato (substratos do complexo I da cadeia de transporte de elétrons) a Ametrina promoveu uma redução significante no consumo de oxigênio nas concentrações a partir de 50 µM e quando energizadas com succinato (substrato do complexo II da cadeia de transporte de elétrons) não foram observadas alterações. Observou-se a dissipação do potencial de membrana a partir 50 µM em mitocôndrias energizadas com malato + glutamato e somente em 150 µM quando energizadas com succinato. Os níveis mitocondriais de ATP foram reduzidos de maneira dose-dependente a partir de 50 µM da Ametrina. O herbicida afetou a atividade da enzima NADH desidrogenase nas concentrações superiores a 50 µM e da Succinato desidrogenase somente na maior concentração testada (150 µM). Assim, os resultados desse estudo indicam que a toxicidade da Ametrina em hepatócitos pode estar relacionada às alterações na bioenergética mitocondrial.