Ideologia sobre a mulher em pride and prejudice: uma análise dialógica do filme e do livro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Mattos, Catharine Piai de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/139471
Resumo: A partir do cotejamento entre a obra literária Pride and Prejudice (1813) e sua transcriação cinematográfica homônima de 2005, buscamos observar, por meio das reflexões de Volochínov, Medviédev e Bakhtin, as diferenças e similaridades refratadas nos discursos sobre a mulher em cada obra. A hipótese deste trabalho é que há diferenças nas ideologias refratadas em cada texto por conta da diferença de contexto sócio-histórico e ideológico em que se criam as obras (século XIX e século XXI). Utilizando uma metodologia dialógica, propomos a análise de algumas cenas que foram selecionadas a partir de dois eixos temáticos: a educação feminina (em oposição ao que se entende, principalmente no romance, como educação masculina) e o casamento (visto como contrato social). Em virtude do filme estabelecer-se como uma re-criação estável do romance, é possível o encontro de equivalência nas cenas das obras e, a partir disso, observar no filme as refrações ideológicas dos discursos num contexto muito próximo ao que fora escrito no romance. Para a análise, mobilizamos alguns conceitos importantes para a filosofia bakhtiniana, como signo, ideologia, autor-criador, forças centrífugas e centrípetas e, por se tratar de obras de arte, a dupla refração. Após observar e destacar os valores ideológicos refratados nos trechos do livro e do filme, a partir da análise das cenas selecionadas, é possível afirmar que se mantêm a posição ideológica de cada personagem propostas no livro na criação cinematográfica. Em geral, as vozes que refratam ideologias de forças centrípetas no livro também o fazem no filme; porém, na obra cinematográfica, há a intensificação das vozes que buscam a pluralização e a instabilidade dos valores sociais. No filme, a protagonista, Elizabeth, continua sendo questionadora, mas de forma mais incisiva. Esse recurso atualiza os discursos do livro, proporcionando aos interlocutores do século XXI uma resposta muito próxima àquela produzida no século XIX. A partir dessa observação da relação entre mundo ético e mundo estético ao se cotejar uma obra-base com sua transcriação, afirmamos a proposta de Medviédev sobre a leitura sociológica da obra artística.