Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Lépori, Roberto [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/122239
|
Resumo: |
A forma mais simples de apresentar os três episódios que compõem este trabalho é supor que o argentino Jorge Luis Borges ocupe provisoriamente o centro duma rede de obras e de escritores de ficção científica hermética latino-americana – uma rede que pode ser lida como uma conspiração. A figura de Borges – mistura heterodoxa de literatura e de “vida”, de revelações, de epifanias, de “mentiras verdadeiras”, de excessos intelectuais – permite ingressar na tradição da ficção científica herege desde o instante inicial quando os conquistadores invadiram o território que ainda não era América. O “kairós” histórico, político, cultural, ideológico, econômico do desencontro dessas duas cosmovisões provocou uma “guerra de imagens” e de discursos em cujo fragor mestiçaram-se desejos milenaristas europeus e concepções ameríndias também proféticas, também transcendentes e com idêntica impossibilidade – como o sonho dos seus invasores – de ser utopia em uma “terra sem mal”. Nessas heterodoxias misturadas – caóticas, potentes para pensar e híbridas na sua origem europeia – cozinhou-se o húmus da ficção científica hermética que, com maior ou menor intensidade, fermentou até explodir no século XX. Em consequência, o gnóstico e cabalístico Borges é um mecanismo textual, com suas árduas especulações e com suas conspirações, para ler duas linhas genéricas surgidas desse húmus herege – linhas que, por nascer dos códigos do pensamento heterodoxo, são principais, porém não únicas. A primeira eclode no século XVII entre Brasil e Lisboa. Responde à ideia do complô, da conquista do espaço, da invasão, do domínio total (macrocosmo). O padre jesuíta Antônio Vieira baseado no milenarismo português constrói, no contexto de uma vida polêmica, um peculiar córpus composto de sermões apocalípticos e satíricos; uma carta-tratado (“papel”) que justifica um silogismo ... |