Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Buchi, Fernanda Miranda de Siqueira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/243333
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Resumo: |
As atividades mineiras provocam profundas mudanças ambientais, devido à mobilização de milhares de toneladas de solo e rocha. O material estéril consiste em solo ou rocha ausente de minerais econômicos ou com teores não econômicos, produzido durante a lavra ou beneficiamento de minérios, que pode ser disposto em bacias de decantação, em pilhas ou bota-foras. Tanto a disposição dessas pilhas como sua interação com o ambiente consistem num dos maiores problemas ambientais relacionados à indústria mineira. Um passivo ambiental frequentemente gerado nesses empreendimentos é a drenagem ácida de mina (DAM), devido à exposição de materiais que contêm sulfetos, principalmente pirita, a condições oxidantes. Como resultado, ocorre a geração de águas com baixos valores de pH e que favorecem a dissolução de elementos químicos tóxicos, como metais pesados, associados às matrizes rochosas. Nesse contexto, está inserida a mina de urânio Osamu Utsumi, localizada no município de Caldas – MG. Desde a década de 1995, a mina está em fase de descomissionamento e enfrenta sérias dificuldades relacionadas à geração de DAM, tanto nos bota-foras quanto na cava. A fim de auxiliar a tomada de decisões que visem a remediação do passivo ambiental, o presente trabalho aplicou o método geofísico da Eletrorresistividade na interface entre uma pilha de rejeitos conhecida como BF-04 e rochas fraturadas a jusante, com o intuito de diagnosticar o fluxo subterrâneo local e averiguar a eventual percolação de drenagem ácida de mina para o aquífero fraturado. Para tanto, foram definidas 9 linhas de aquisição geofísica em arranjo Schlumberger e Dipolo-Dipolo, através da técnica de tomografia elétrica, além da análise de dados hidroquímicos de poços de monitoramento de modo a complementar as interpretações geofísicas referentes ao ambiente hidrogelógico local. Os resultados foram apresentados em seções 2D e 3D de resistividade e mostram o contraste de zonas saturadas livres de contaminação e zonas afetadas pela DAM, apontadas nos modelos como regiões com valores de resistividade da ordem de 40Ω.m. As interpretações geofísicas sugerem que há conectividade hidrogeológica entre a pilha de rejeito e o leito rochoso fraturado sotoposto, o que promove a infiltração das águas ácidas para o aquífero regional e dispersão dos efluentes para além das dependências da mina. Os dados hidroquímicos corroboram as interpretações geofísicas, e evidenciam a percolação de efluentes ácidos no sistema fraturado, o que demonstra a necessidade da implementação de ações que tornem a geração de DAM restrita e com características químicas próximas dos padrões naturais, para que seja possível o descomissionamento do empreendimento mineiro. |