Ensino e formação em permacultura no Brasil: uma análise crítica a partir dos Cursos de Design em Permacultura (PDCs) e da Educação Ambiental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Fossaluza, André Santachiara
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
PDC
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/190999
Resumo: A Permacultura, assim como a educação ambiental e outras ações em resposta ao aprofundamento das crises socioambientais inerentes ao modo capitalista de produção, é um movimento que tem se expandido e agido em prol de uma transformação da realidade. As ações de caráter educativo são essenciais para sua disseminação, entre as quais se destacam os Cursos de Design em Permacultura (PDCs). Como um movimento recente no Brasil, ela carece de estudos acadêmicos que abordem como seu ensino tem se dado. Assim, este trabalho buscou analisar o ensino de Permacultura no Brasil, com foco nos PDCs e em cursos de formação de educadores/as que atuam em ambos os cursos. Para tal, realizamos um mapeamento nacional desses cursos e dos/as educadores/as atuantes nos PDCs, coletando dados de ordem quantitativa e qualitativa. Tivemos como base teórico-metodológica o Materialismo Histórico-Dialético e entendemos este trabalho como uma Pesquisa-Ação Participativa. No mapeamento, encontramos 38 grupos que oferecem PDCs no Brasil, contando com a atuação de 210 educadores/as, além de 3 grupos que oferecem cursos de formação de educadores/as de PDC. Os dados indicam que, atualmente, a Permacultura se configura como um campo de disputa, com ações de caráter contraditório e heterogêneo quanto a seu ensino. Se, por um lado, apresenta bases teórico-metodológicas que buscam a superação do modo capitalista de produção, como a busca por metodologias de ensino ativas, participativas e horizontais, por outro não se configura como um movimento social coerente com suas próprias bases ao observarmos os ainda altos custos de inscrição nos PDCs, a menor participação das mulheres, a tímida participação de pessoas negras e indígenas, a inexistência de uma organização nacional representativa que discuta e elabore princípios desses cursos e o reconhecimento parcial da essencial formação na área de educação para a atuação enquanto educadores/as, para uma prática pedagógica de maior qualidade e coerente seus princípios éticos.