Padrão perceptivo-motor em tarefas psicoacústicas de estruturação rítmica: efeitos da experiência musical

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Paiva, Ana Clara de Souza [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/149953
Resumo: Diferentes experiências rítmicas podem influenciar funções psicoacústicas durante a reprodução de estruturas rítmicas. A periodicidade do pulso é um elemento básico, presente no ritmo musical, unido ao agrupamento de eventos sucessivos e que é essencial à compreensão e interpretação de estruturas de sequências sonoras. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da experiência musical no campo da dança e da música no padrão perceptivo-motor de reprodução de estruturas rítmicas monotônicas e musicais organizadas em tarefas com crescente complexidade. Foram selecionados previamente 60 adultos jovens para compor três grupos: 1) grupo com experiência com ritmo constituído por músicos (MU; n = 20); 2) grupo com experiência com ritmo constituído de dançarinos (DA; n = 20); e 3) grupo sem experiência profissional com música e dança (SE; n = 20). Os três grupos realizaram dois testes psicoacústicos rítmicos: o primeiro, um teste de percepção e reprodução de estruturas rítmicas monotônicas que consistia em ouvir a um estímulo rítmico e reproduzi-lo imediatamente, e o segundo, um teste de percepção e reprodução de estruturas rítmicas musicais, em que a sequência rítmica apresentada é reproduzida simultaneamente à escuta. As variáveis analisadas incluíram frequência de acertos (FA) para ambos os testes, regularidade temporal (RT) do tempo de início da resposta (s), duração (s) dos pulsos e pausas de cada estrutura rítmica para o teste monotônico. E no teste musical a variável sincronismo (SINC) foi verificada pela diferença relativa (%) entre a estrutura temporal do teste e a estrutura temporal da resposta. Os valores SINC foram subdivididos em desvio temporal do pulso e desvio temporal da pausa (componentes psicoacústicos rítmicos). Os resultados encontrados foram divididos em: Etapa 1 - Efeitos da experiência musical e da natureza de testes rítmicos monotônicos e musicais na percepção rítmica, Etapa 2 - Efeitos da memória na regularidade temporal da resposta rítmica, e Etapa 3 - Padrão perceptivo-motor de sincronização rítmica. Os resultados encontrados na Etapa 1 mostraram diferenças entre os grupos com e sem experiência musical. O grupo de MU teve FA acima de 90% nos dois testes. A reprodução do teste musical refletiu o desempenho superior pelos grupos SE e MU comparados ao desempenho no teste monotônico. Em ambos os testes encontramos efeito de complexidade da tarefa apenas para estruturas terminais da sequência, porém com particularidades na variabilidade para cada grupo. Em relação à regularidade temporal do teste monotônico apenas pausas foram variáveis associadas com diferenças entre grupos e complexidade da tarefa. O SINC mostrou que variabilidade da pausa é o parâmetro indicativo de diferenças entre grupo, confirmando o desempenho superior dos grupos com experiência com música. Concluímos que a experiência musical dos participantes teve efeito sobre o padrão perceptivo-motor durante o processamento da informação psicoacústica de estruturas rítmicas com testes monotônicos e musicais, particularmente em parâmetros de variabilidade. A complexidade dos padrões rítmicos parece ter impacto de dificuldade apenas em estruturas terminais em ambos os testes.