Movimentos na escrita inicial de crianças: um estudo longitudinal de hipersegmentações

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Paula, Isis Fernanda Vicente de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/86613
Resumo: Pelo fato de freqüentemente encontrarmos na escrita inicial de crianças a inserção de espaços em branco no interior de palavras, ou seja, separações além das previstas pela ortografia convencional, denominadas aqui de hipersegmentações, este trabalho visa, a partir deste fenômeno lingüístico, promover uma reflexão a respeito de aspectos convencionais de linguagem escrita. Para tanto, optamos pelo estudo longitudinal de produções textuais de crianças durante as três primeiras séries do ensino fundamental, buscando, em especial, demonstrar que as hipersegmentações são marcas de um sistema em construção, índices do trânsito do sujeito aprendiz pelos diferentes modos de enunciação da língua, em oposição a uma visão mais patologizante que freqüentemente as considera como erro, sinais de incapacidade e desatenção por parte do escrevente. Este estudo teve como hipóteses centrais a possibilidade de as hipersegmentações encontradas em produções textuais de início do processo de escolarização (1) serem representativas da inserção do sujeito escrevente em práticas orais e letradas constitutivas de seu aprendizado (institucional ou não) da escrita; e (2) tenderem a ocorrer de acordo com alguns movimentos ao longo deste processo, rumo a uma proximidade com o que se entende por escrita padrão, podendo se constituir em momentos de manifestação da subjetividade do produtor do texto. Assim, tendo por base os pressupostos teórico-metodológicos do paradigma indiciário, pudemos constatar que as estruturas das hipersegmentações encontradas nos textos infantis seriam resultado do trânsito do sujeito escrevente por práticas sociais de oralidade (observadas neste trabalho sob a forma de constituintes prosódicos, propostos por NESPOR & VOGEL (1986)) e de letramento, podendo ser vistas como índices do modo heterogêneo de constituição da escrita...