Obesidade infantil: fatores de risco perinatais, obesidade central, maturação sexual e análises linear e não linear da modulação autonômica da frequência cardíaca

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Moraes, Fernanda Regina de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/144971
Resumo: Há muito tempo sabe-se que o excesso de peso traz grandes riscos para a saúde, e atualmente o mundo assiste a uma epidemia de obesidade com forte impacto sobre as crianças. A obesidade é um clássico exemplo de doença multifatorial complexa, resultante da interação entre fatores comportamentais, ambientais, genéticos, metabólicos, hormonais e psicossociais. Têm sido estudados vários fatores associados à obesidade infantil, tais como o tipo de parto, peso e comprimento ao nascimento, tempo de exposição à amamentação materna, bem como fator socioeconômico familiar e a presença de sobrepeso e/ou obesidade nos pais. Na presença da obesidade, a distribuição de gordura corporal é o maior fator de risco para as doenças crônicas, e os indicadores de adiposidade abdominal devem ser mensurados para avaliação precoce e acompanhamento desta população, com atenção também para avaliação do nível de maturação sexual, pois já está estabelecido que a adolescência representa um marco nas alterações de distribuição de gordura corporal. Outro aspecto que merece atenção é o cardiovascular, e nesse sentido métodos de avaliação da modulação autonômica cardíaca têm sido investigados. A variabilidade da frequência cardíaca é uma medida não invasiva, que pode ser utilizada para identificar fenômenos relacionados ao controle autonômico. Diante disso, os objetivos do trabalho foram: avaliar a modulação autonômica cardíaca em crianças e adolescentes obesos e verificar a associação desta com exame físico, nível de maturação sexual e fatores de risco perinatais. Foram avaliadas 160 crianças, entre 6 e 15 anos, divididas em obesas e eutróficas, as quais foram submetidas às investigações de fatores de risco perinatais, exame físico, avaliação do nível de maturação sexual e captação da frequência cardíaca e intervalos R-R. A variabilidade da frequência cardíaca foi analisada por métodos lineares e não lineares. Os dados sugeriram que a obesidade foi relacionada a uma precocidade da maturação sexual em ambos os sexos, que o excesso de peso alterou a modulação autonômica da FC e a complexidade da mesma, e que tanto o ramo autonômico parassimpático, quanto o simpático estavam alterados. O tempo de exposição à amamentação materna foi um importante fator de risco para o desenvolvimento de obesidade infantil, uma vez que apresentou correlações significativas com todos os indicadores antropométricos de distribuição da gordura corporal. Ainda, o parto cesárea e o menor comprimento ao nascimento também foram associados à presença de obesidade. O excesso de peso na infância não difere da obesidade na idade adulta, quando se trata de complicações e riscos para a saúde, e esforços devem ser empregados na identificação dos fatores de risco perinatais e avaliação precoce, para um futuro mais saudável nesta população.