Evolução geomorfológica e mudanças paleo-hidrológicas na porção sul do Pantanal: a planície interleques do rio Negro e leques fluviais coalescentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Merino, Eder Renato [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/148611
Resumo: O Pantanal é uma das maiores áreas alagáveis do planeta cuja dinâmica de inundação e o aporte sedimentar dos rios são os principais agentes que controlam a evolução de suas paisagens. Até o momento, as pesquisas sobre o trato deposicional moderno da Bacia do Pantanal têm se concentrado na planície tronco do rio Paraguai e nos sistemas de megaleques. Todavia, pouco tem-se realizado nas planícies interleques que são importantes áreas de captação e distribuição de águas e sedimento dos sistemas distributivos coalescentes. A planície interleque do rio Negro, limitada ao norte pelos megaleques do Taquari e do Negro e ao sul pelos megaleques do Aquidauana, Taboco e Miranda, constitui umas das principais áreas de captação da porção sul do Pantanal. A fim de compreender a evolução da planície interleques do rio Negro e sua interação com os sistemas deposicionais adjacentes foram conduzidos estudos geomorfológicos e hidrossedimentológicos a partir da integração de dados orbitais, sedimentológicos e geocronológicos. Também foram realizados estudos sobre a geomorfologia do megaleque do rio Aquidauana, um dos únicos grandes sistemas da borda sul sem estudos sistemáticos. Com isso buscou-se identificar, mapear e caracterizar de forma integrada os principais registros de mudanças paleo-hidrológicas na porção sul da bacia. Imagens de satélite e modelos digitais de elevação foram utilizados na compartimentação geomorfológica e na identificação de mudanças paleo-hidrológicas. Levantamento da descarga fluvial por ADCP (Accoustic Doppler Current Profiler) e coleta de carga sedimentar suspensa e de fundo permitiram a caracterização hidrossedimentológica dos principais rios da porção sul da bacia. Datações por luminescência opticamente estimulada (LOE) e descrição de fácies sedimentares permitiram o estabelecimento das idades das feições morfológicas bem como caracterização de descrição da arquitetura dos depósitos. A planície interleques do rio Negro foi dividida em sete compartimentos distintos: 1) planície interleques confinada; 2) lobo progradacional do rio Negro; 3) zona de alagamento permanente; 4) lobo deposicional moderno do rio Aquidauana; 5) zona de transição; 6) planície com lagoas interligadas por canais intermitentes; 7) planície em degradação por rede de canais tributários. O megaleque do rio Aquidauana foi compartimentado em três domínios: 1) lobo deposicional pleistocênico; 2) cinturão de meandros em vale inciso; e 3) lobo distributário atual. Modelo evolutivo da porção sul do Pantanal foi proposto com base no reconhecimento e estabelecimento da cronologia relativa e absoluta das principais mudanças paleo-hidrológicas ocorridas nos sistemas deposicionais desde o Pleistoceno Médio ao recente, dos quais as principais feições indicativas de mudanças foram: 1) rede de paleocanais distributários abandonados; 2) paleocinturão com mais 70 km de extensão, mapeado desde a porção central da planície interleques do rio Negro até próximo à foz do rio Miranda; 3) diferentes gerações de paleocinturões no megaleque do rio Miranda; 4) avulsão fluvial do rio Aquidauana que fez com que o rio deixasse de ser afluente do rio Negro e se tornasse afluente do rio Miranda 60 km para jusante.