As máscaras do narrador realista: uma leitura de Jacques le fataliste de Denis Diderot

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Ricardo, Marinêz de Fátima [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/102367
Resumo: Esta tese tem por objetivo analisar o papel do narrador como estruturador do romance Jacques Le Fataliste de Denis Diderot (1713-1784). Apesar de ter sido escrito oitenta anos antes da eclosão do Realismo enquanto movimento estético, esse romance apresenta procedimentos literários que foram denominados, no século XIX, como sendo “realistas”. Dentre esses, destaca-se o referente ao narrador, responsável por estratégias ficcionais geradoras de uma ambigüidade entre ficção e história, provocando, no leitor, hesitação entre credibilidade e dúvida. Além disso, esse narrador apresenta uma abordagem subjetiva, que ora apenas narra os fatos, ora interfere no que é narrado, julgando as personagens e suas ações, ora se camufla na tentativa de aparentar distanciamento e neutralidade. Observa-se também de sua parte a realização de uma atividade metaficcional que evidencia um processo de escritura provocador para a sua época. As reflexões e críticas que a obra apresenta sobre a formação do gênero romance e sobre a própria escritura constituem uma experiência narrativa singular por se evidenciarem no interior do próprio romance. Dessa maneira, o narrador é o elemento que estrutura ou desestrutura a obra como um todo, gerando a coesão do texto, diante das várias histórias narradas e aos olhos do leitor. A sua análise determina, enfim, as características de um romance que se destaca dentre os publicados na França no século XVIII, constituindo-se num verdadeiro paradigma formal para os escritores seus sucedâneos, notadamente para os do século XIX, no mundo todo.