Correlação entre processamento auditivo temporal, duração das disfluências e gravidade da gagueira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Marconato, Eduarda [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192367
Resumo: Introdução: As inabilidades de cunho auditivo manifestam-se de diversas maneiras, e a qualidade do processamento da informação auditiva se constitui como um dos fatores que podem influenciar a gagueira. Assim, considerando-se as evidências científicas que sustentam a hipótese de que indivíduos que gaguejam apresentam conexões atípicas em regiões auditivas do hemisfério esquerdo, é possível presumir que as alterações do processamento temporal podem estar relacionadas a esse distúrbio. Objetivo: Comparar e correlacionar o desempenho do processamento temporal e o comportamento auditivo entre os subgrupos de escolares com gagueira. Método: Neste estudo, foram adotados alguns critérios para a seleção da amostra, dentre os quais se ressalta mínimo de 3% de disfluências típicas da gagueira; limiares audiométricos dentro dos padrões de normalidade; curva timpanométrica do tipo A; reflexos acústicos estapedianos contralaterais presentes e preferência manual direita. Após a aplicação dos critérios de elegibilidade, a casuística foi constituída por 26 crianças falantes nativas do Português Brasileiro, na faixa etária de sete a 11 anos e 11 meses, de ambos os sexos, divididas em dois grupos, sendo: Grupo Pesquisa 1 (GP1), composto por 13 escolares com gagueira leve, e Grupo Pesquisa 2 (GP2), composto por 13 escolares com gagueira grave. Os procedimentos metodológicos adotados foram: avaliação e confiabilidade da fluência, classificação da gravidade da gagueira (Stuttering Severity Instrument – SSI-3), aplicação do instrumento de triagem do comportamento auditivo (Scale of Auditory Behaviors – SAB), e avaliação comportamental do processamento auditivo temporal (Teste Padrão de Frequência, na etapa de Imitação (TPF-I) e na etapa de Nomeação (TPF-N); Teste Padrão de Duração, na etapa de Imitação (TPD-I) e na etapa de Nomeação (TPD-N); e Random Gap Detection Test (RGDT). Na análise estatística intergrupo, foi empregado o teste de “Mann-Whitney”, e nas análises de correlação para variáveis com distribuições não paramétricas, utilizou-se o Coeficiente de Spearman. Admitiu-se nível de significância igual ou menor a 5% (p ≤ 0,05). Resultados: Os resultados mostraram que não houve diferença estatística na comparação entre o GP1 e o GP2 para o desempenho dos testes temporais e para o escore do questionário SAB. Não foi encontrada nenhuma correlação entre o desempenho do processamento auditivo temporal e o escore da duração do SSI-3. Houve correlação entre o TPF-N e o escore total do SSI-3 para o GP1 e entre o TPD-I, TPD-N e RGDT para o GP2. Ainda para o GP2, foi encontrada correlação entre o escore do questionário SAB e o escore total do SSI-3; e entre o escore do questionário SAB e o desempenho no TPD-I e no TPD-N. Para o total dos escolares, essa correlação foi encontrada apenas no TPF-I e no TPD-N. Conclusão: Na população estudada, o desempenho no processamento auditivo temporal se relacionou com a gravidade da gagueira e com o escore no questionário SAB.