Efeito da deleção do gene mgtC sobre a patogenicidade de Salmonella Gallinarum em aves susceptíveis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Alves, Lucas Bocchini Rodrigues [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/235726
Resumo: Salmonella Gallinarum (SG) causa o tifo aviário, doença infecciosa de curso clínico agudo que acomete galináceos de qualquer idade e que resulta em elevada taxa de mortalidade. Durante a infecção sistêmica do quadro tifoide causado por Salmonella Typhimurium (STM) em camundongos, a bactéria expressa o gene mgtC, presente na Ilha de Patogenicidade de Salmonella – 3 (SPI-3). Sua função está aparentemente ligada à multiplicação bacteriana no interior de macrófagos e sua inativação atenua o patógeno. Dessa forma, hipotetizou-se que sua deleção do genoma de SG alteraria a patogenicidade do microrganismo em aves comerciais susceptíveis visto que a infecção sistêmica cumpre papel crucial para o patógeno. Assim, o presente estudo objetivou elucidar a importância do gene mgtC para a patogenicidade de SG. Para isso, foi construída uma estirpe mutante de Salmonella Gallinarum defectiva para o gene mgtC (SG ∆mgtC). Posteriormente, foi avaliada sua capacidade de multiplicação em meio de cultivo que mimetiza o ambiente intracelular dos macrófagos e também nesses tipos de células imunes. Além disso, foi conduzida a infecção com SG ∆mgtC e pela estirpe selvagem de aves susceptíveis para comparar a patogenicidade, infecção sistêmica e a resposta imune induzidas por meio da mensuração de mRNA das citocinas IFN-γ e LITAF por RT-qPCR e pela quantificação da população de macrófagos e linfócitos T CD4+ e CD8+ por imunohistoquímica. Foi observado que mgtC foi necessário na multiplicação de Salmonella Gallinarum em meio acidificado com baixa concentração de Mg2+ e em macrófagos. Porém, só houve menor contagem bacteriana na fase tardia da infecção, sem afetar a citotoxicidade. Experimentos in vivo demonstraram que a deleção de mgtC não alterou a capacidade de invasão bacteriana e nem a contagem microbiana em fígado e baço e a mortalidade total das aves. Entretanto, ao realizar a curva de sobrevivência e analisar a evolução do quadro clínico-patológico notou-se uma progressão mais lenta da doença em aves infectadas com SG ∆mgtC em comparação com aquelas desafiadas com a estirpe selvagem. Além disso, foi necessário 1,36 Log10 de UFC/mL a mais de bactérias mutantes para causar 50 % de mortalidade em comparação com a estirpe selvagem. Ademais, a expressão de mRNA de IFN-γ e LITAF foi semelhante entre grupos infectados, mas maior em relação aos não-infectados. O mesmo foi observado nas populações de macrófagos e linfócitos T CD4+. Por outro lado, a presença de linfócitos T CD8+ foi maior na fase inical da doença provocado pela estirpe selvagem. O papel de mgtC no tifo aviário difere para infecções tifoides em mamíferos, visto que sua deleção atenuou outros sorovares. Assim, a deleção do gene mgtC do genoma de Salmonella Gallinarum não afeta a patogenicidade, mas altera levemente a patogênese.