Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Lara, Bruna Rossini |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/213988
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Resumo: |
Trichosporon spp. são amplamente distribuídos na natureza, compreendendo inúmeras espécies que habitam diferentes nichos ecológicos, podendo ser encontrados em água, solo e superfície corpórea de animais. Em humanos, este gênero fúngico ocasionalmente encontra-se como membro da microbiota gastrintestinal e cavidade oral e, transitoriamente, pode colonizar o trato respiratório e pele. Este microrganismo tem sido classicamente associado a infecções superficiais, no entanto, nas últimas décadas, também se apresenta relacionado às infecções disseminadas em pacientes imunocomprometidos, comportando-se como agente oportunista. Visando aumentar os conhecimentos acerca deste agente patogênico e auxiliar na compreensão sobre os aspectos que envolvem diagnóstico precoce e terapia adequada este trabalho teve como objetivos: re-identificar fenotipicamente, genotipicamente e por meio de espectrometria de massa MALDI-TOF (matrix-assisted laser desorption ionization-time of flight) (MALDI-TOF MS) leveduras do gênero Trichosporon de origem humana, animal e ambiental mantidas em micoteca; determinar e comparar os fatores relacionados a virulência: secreção das enzimas fosfolipase e proteinase, bem como a produção de biofilme; avaliar os padrões de susceptibilidade dos biofilmes a determinados antifúngicos; avaliar os padrões de susceptibilidade dos isolados frente aos antifúngicos fluconazol, itraconazol, anfotericina-B, voriconazol e caspofungina, comparando as técnicas de microdiluição em caldo e Etest. O nível de concordância entre a metodologia fenotípica tradicional e a técnica molecular, na identificação das 59 amostras de Trichosporon, foi de 54,2%. A concordância na identificação entre o MALDI-TOF MS e a técnica molecular foi de 67,8%. Nenhum isolado ambiental foi passível de identificação por meio do MALDI-TOF MS e 100% destes isolados não foram concordantes na identificação de sequenciamento da região IGS com a caracterização fenotípica. Do total de amostras estudadas, a espécie que apresentou maior frequência foi T. asahii (52,6% - 31/59), seguida por T. debeurmannianum (18,6% - 11/59), T. inkin (13,5% - 08/59) e T. dermatis (5,1% - 03/59). Do total de isolados, 89.8% e 96.6% não apresentaram atividade para proteinase e fosfolipase, respectivamente. A habilidade de formar biofilme sob a superfície de placas de poliestireno foi observada em todos os isolados, sendo 54,3% das amostras consideradas como fortemente produtoras. Em relação a susceptibilidade antifúngica, voriconazol apresentou os menores valores de CIM para as amostras humanas e animais em ambas as metodologias estudadas e para as amostras ambientais na metodologia de microdiluição em caldo. Quando as amostras ambientais foram testadas frente ao método comercial Etest, foi observado valores menos elevados de CIM frente ao antifúngico anfotericina B. A caspofungina e o fluconazol foram os antifúngicos com os maiores CIMs. Quando comparadas as duas técnicas de susceptibilidade antifúngica, o método Etest apresentou valores de CIMs mais elevados em relação ao método de microdiluição. Quanto a sensibilidade dos biofilmes, todas as espécies apresentaram valores elevados de CIM50 e CIM90 frente aos antifúngicos testados, entretanto algumas espécies apresentaram menores valores de CIM. T. coremiiforme apresentou valores menores de CIM para fluconazol, T. montevideense para itraconazol, T. insectorum para vorizonazol e T. veenhuisii para fluconazol e vorizonazol. Foi realizado análise genotípica de 31 isolados de T. asahii, 83,88% foram identificados como genótipo 1, genótipos 4 e 7 também foram identificados com 12,90% e 3,22%, respectivamente. Quanto a localização geográfica, foram isoladas em São Paulo-SP e Cuiabá-MT amostras de T. asahii de genótipos 1 e 4 e na cidade de Bauru-SP foram encontrados isolados com genótipos 1 e 7. Não houve associação que relacione os genótipos aos resultados obtidos nos testes de virulência (proteinase, fosfolipase e produção de biofilme) e susceptibilidade antifúngica (EUCAST e Etest). A análise filogenética das amostras 17 (genótipo 7), 47 (genótipo 4), 32 (genótipo 4) e 33 (genótipo 4), apresenta sua distinção com os demais isolados, o que se justifica devido ao fato de se tratar de cepas com genótipos diferentes das demais (genótipo 1). |