Uma análise da dimensão educativa das cooperativas de crédito rural solidário no território do sisal - Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Araújo, Gracieda dos Santos [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/144378
Resumo: Este trabalho teve como objetivo central investigar a ação pedagógica, desenvolvida pelas cooperativas de crédito rural do sistema ASCOOB, no Território do Sisal, tendo em vista a perspectiva da transformação social e a construção de outra lógica de desenvolvimento rural. A partir das reflexões realizadas ao longo desse processo de investigação, observamos que a política de educação da ASCOOB possui bases teórico-metodológicas ainda muito inconsistentes, não podendo ser definida, de fato, como uma ação político-pedagógica de viés transformador/libertador. A pesquisa revelou que as ações desenvolvidas pelas cooperativas promovem conflitos e contradições, tanto internamente, entre interesses pessoais e coletivos, como na relação externa, entre parceiros e cooperados, e na relação com o Estado, o que se dá no âmbito do acesso das políticas públicas, destinadas ao desenvolvimento do território camponês. Esses conflitos e contradições não se encerram, simplesmente, com a criação de algumas linhas de crédito para suprir as necessidades dos seus cooperados. Apesar dessas contradições, é possível afirmar que a criação das cooperativas de crédito solidário no Território do Sisal foi fundamental para o acesso ao crédito, por parte dos agricultores historicamente excluídos pelo sistema tradicional bancário. Apesar disso, a dificuldade de acesso do crédito rural PRONAF é uma questão ainda não resolvida, implicando na carência de tecnologia e infraestrutura para melhoramento da produção no campo. Observa-se que o cooperativismo de crédito solidário no Território do Sisal avançou, mas dentro do limite das contradições do Estado, estabelecido pela modernização conservadora, ou “revolução passiva”, vivida pelo país na última década. Evidencia-se, por tanto, que a construção do projeto contra-hegemônico de desenvolvimento, através da organização e da luta dos trabalhadores, perpassa pelo aspecto da formação político-ideológica. Com efeito, a construção do conhecimento é fator primordial para a construção de projetos que se propõem à superação da sociedade de exclusão, sendo indispensáveis os estudos e pesquisas da realidade dos trabalhadores do campo, afim de que se possa qualificar a prática social de construção de um meio rural, contraposto à lógica do desenvolvimento hegemônico.