Filogeografia de algumas espécies de Batrachospermales (Rhodophyta) no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Paiano, Monica Orlandi [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/144700
Resumo: A filogeografia de sete espécies de Batrachospermales (Batrachospermum viride-brasiliense, Kumanoa ambigua, Setacea puiggariana, Sirodotia delicatula e Sirodotia spp.) foi investigada em populações brasileiras com base em dois marcadores mitocondriais: a região espaçadora cox2-3 e a região de “barcode” cox1. As espécies apresentaram níveis de divergência genética semelhantes para ambos os marcadores utilizados. B. viride-brasiliense apresentou dez haplótipos de cox2-3 e nove haplótipos, de cox1, com variação entre os haplótipos de 0,3 - 2,4% e 0,6 – 1,8%, respectivamente. K. ambigua apresentou três haplótipos para cada um dos marcadores analisados, com variação de 0,6 - 2,4% para cox2-3 e 1,3 - 2,0% para cox1. S. puiggariana apresentou seis haplótipos de cox-2-3 e oito haplótipos de cox1, com variação entre os haplótipos de 0,3 - 2,4% e 0,2 - 2,4%, respectivamente. Sirodotia apresentou uma alta variação entre os haplótipos para ambos marcadores, mostrando uma espécie (S. delicatula), com baixa variação para cox2-3 e cox1 (0,3 - 2,2% e 0,2 - 0,4%; respectivamente) e um complexo (Sirodotia spp. formado por três espécies crípticas), com divergência de 0,3 - 7,0% para cox2-3 e 0,2 - 6,2% para cox1. Para a região espaçadora cox2-3, as sequências de K. ambigua apresentaram 335 pb, enquanto para as outras espécies, todas as sequências tiveram comprimento de 376 pb. Os haplótipos de cox2-3 diferiram em 13 posições para B. viride-brasiliense, nove para K. ambigua, 12 para S. puiggariana e oito para S. delicatula e 33 posições para Sirodotia spp. Para a região de “barcode” cox1, todas as espécies apresentaram sequencias de 664 pb de comprimento, com um número mais elevado de posições variáveis para os haplótipos: 28 para B. viride-brasiliense, 16 para K. ambigua, 25 para S. puiggariana, apenas quatro para S. delicatula e 48 para Sirodotia spp.. Os resultados obtidos, a partir das análises dos dois marcadores utilizados e da distribuição geográfica das populações no Brasil, mostrou que cada uma das espécies tem características filogeográficas distintas, padrão que parece ser característico de espécies de Batrachospermales em âmbito mundial. Para todas as espécies a variação intra-populacional foi baixa, com cada localidade apresentando de um a dois haplótipos, para ambos os marcadores. No entanto, no conjunto de populações de cada espécie o número de haplótipos foi mais elevado, geralmente mais de cinco haplótipos para cada marcador, com exceção de K. ambigua, que apresentou apenas três haplótipos. Para B. viride-brasiliense, a divergência genética foi mais elevada quanto maior a distância geográfica entre os haplótipos de cox2-3 e cox1, e o mesmo caso pede ser observado para os haplótipos de cox1 para K. ambigua. No entanto, o restante das espécies não apresentou correlação entre distância genética e geográfica, com o mesmo haplótipo sendo encontrado em localidades distantes e vice-versa. A distribuição de K. ambigua teve amostragem restrita a áreas de Floresta Ombrófila Densa, enquanto as demais espécies foram encontradas em áreas de Cerrado, Floresta Ombrófila Densa (Atlântica e Amazônica) e Floresta Ombrófila Mista, embora não tenha sido observada variação genética correspondente aos diferentes domínios morfoclimáticos. O estudo é o primeiro a caracterizar espécies de Batrachospermales no Brasil com este enfoque.