Revisão do gênero Sirodotia (Batrachospermales, Rhodophyta)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Rossignolo, Natalia Leocadio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
LSU
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/194089
Resumo: Gêneros da ordem das algas vermelhas de águas continentais, Batrachospermales, foram recentemente investigados usando evidências moleculares e morfológicas, mas o gênero Sirodotia ainda não havia sido revisado. O presente estudo teve como objetivos: inferir as relações filogenéticas das espécies dentro do gênero Sirodotia e com outros gêneros da ordem Batrachospermales; conhecer os limites de variação intra e interespecífica com base na análise de três marcadores moleculares: gene plastidial que codifica a subunidade grande da RuBisCO (rbcL), região de “barcode” do gene mitocondrial que codifica a subunidade 1 da citocromo c oxidase (COI-5P) e região de “barcode” do gene nuclear que codifica a subunidade grande do ribossomo (rDNA LSU); e avaliar os caracteres morfológicos de valor diagnóstico para a delimitação de espécies do gênero em âmbito mundial à luz dos novos dados moleculares. Foram analisadas 40 amostras de Sirodotia provenientes de várias regiões do mundo, incluindo África, Ásia, Australásia, América do Norte, América do Sul e Europa, além de espécimes-tipo de seis espécies. Análises filogenéticas concatenadas e de um único gene (rbcL, COI-5P e LSU) mostraram o gênero Sirodotia como grupo monofilético com alto suporte, evidenciando clados ou grupos bem definidos, com nítida repartição biogeográfica delimitando as espécies, além de alta divergência interespecífica (2,1-8,1% e 4,4-10,5%) e baixa variação intraespecífica (0- 2,4% e 0-3,8%) para rbcL e COI-5P, respectivamente. As análises das sequências de LSU revelaram valores de divergência interespecíficas menores (0,7-3,3%) do que as sequências de COI-5P indicando menor poder de resolução como “barcode”. Os caracteres morfológicos diagnósticos previamente utilizados para distinguir o gênero (carpogônio assimétrico com protuberância basal e carposporófito difuso com filamentos prostrados produzindo ramos eretos com carposporângios) foram confirmados neste estudo. Algumas espécies apresentaram padrão biogeográfico bem definido: S. delicatuliformis ocorrência no Brasil e Costa Rica, S. amazonica (regiões centro-oeste e norte do Brasil) e S. cryptica (centro-oeste do Brasil), S. assamica (nordeste da Índia), S. aquiloamericana (sul da América do Norte), S. huillensis (sul e sudeste da África) e S. kennedyi (centro-sul da África). Assim, distribuição geográfica pode ser usada como critério adicional para o reconhecimento dessas espécies. Os seguintes caracteres foram considerados diagnósticos para distinguir as espécies do gênero: número de células dos fascículos primários, arranjo dos espermatângios, parte do carpogônio que produz os filamentos gonimoblásticos e dimensões do carposporângio. Com base na combinação de dados moleculares, morfológicos e biogeográficos foram reconhecidas nove espécies, cinco já descritas (S. assamica, S. delicatula, S. huillensis, S. kennedyi e S. suecica) e quatro novas espécies propostas neste trabalho (S. amazonica, S. aquiloamericana, S. cryptica e S. delicatuliformis). Das espécies previamente consideradas taxonomicamente aceitas no gênero, três (S. cirrhosa, S. gardneri e S. huangshanensis) não puderam ser reavaliadas, pois os espécimes tipo não estavam disponíveis para análise e os caracteres utilizados não foram considerados taxonomicamente informativos; e quatro espécies foram sinonimizadas neste trabalho (S. segawae, S. sinica e S. yutakae com S. suecica; e S. ateleia com S. delicatula).