Custo nutricional dos nutrientes de origem animal - ovos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Celemi, Laís Gabriela Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/202246
Resumo: Produzir alimentos suficientes para nutrir adequadamente a população mundial sem inviabilizar o ecossistema planetário é um grande desafio. Na produção pecuária, muitos esforços são verificados nas diversas áreas de ciência e tecnologia envolvidas, como genética, nutrição, ambiência e manejo, mas um aspecto que raramente é abordado é a ineficiência do processo de produção de alimentos de origem animal a partir de nutrientes vegetais. A gestão do desequilíbrio causado pela superpopulação humana no planeta e sua necessidade de alimento passa fundamentalmente por tornar o mais transparente possível a dinâmica das variáveis envolvidas no processo de produção de nutrientes de origem animal, a fim de otimizar os processos de obtenção dos elementos necessários à vida e de redução dos metabólitos prejudiciais ao planeta. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é de fazer um diagnóstico da perda de nutrientes que ocorre na produção de alimentos de origem animal - neste caso, especificamente, ovos. Utilizando bancos de dados internacionais, como os parâmetros de desempenho previstos no Guia de Manejo da linhagem de galinhas poedeiras Hy-Line W 36 e as tabelas de composição de nutrientes da American Egg Board (2020), que reproduz valores obtidos junto ao USDA, e, também, os dados das Tabelas de Composição de Alimentos e Exigências Nutricionais para Aves e Suínos de Rostagno, mais condizentes com as condições brasileiras, foram obtidas curvas comparativas dos principais nutrientes consumidos pelas aves na ração e disponibilizados para consumo humano nos ovos produzidos, ao longo do ciclo de vida das galinhas poedeiras. Esses dados foram ajustados pelo modelo Compartimental ou pelo modelo de Duccatti, dependendo da característica das curvas, utilizando o Programa Prático de Modelagem da FMVA/UNESP. A massa de ovos produzida por cada galinha corresponde a 46,5% da massa de ração que a ave consome ao longo do ciclo produtivo, o que condiz a uma conversão alimentar (CA) de 2,15, considerando toda a vida produtiva da ave. Apenas a ração consumida na fase de produção, a partir da 18ª semana de vida, a CA alcança 1,92 na 58ª semana e, a partir da 75ª semana, aumenta, chegando a 1,98 ao final do ciclo produtivo, na 100ª semana. A proteína contida nessa massa de ovos corresponde a 32,1% da proteína total consumida pelas aves durante a vida produtiva. Os aminoácidos essenciais disponibilizados nos ovos correspondem a 49,5% do total de aminoácidos essenciais digestíveis consumidos pelas aves ao longo da vida (da 1ª à 100ª semana). A energia metabolizável ofertada nos ovos corresponde a 21,4% da energia metabolizável contida no total de ração consumida pelas aves. Atentando apenas a energia consumida pelas aves na fase produtiva, a conversão energética (calorias necessárias para produzir um grama de ovo) chega a 5,65 na 72ª semana e começa a aumentar a partir da 82ª semana, alcançando 5,76 ao final do ciclo de vida produtiva da ave. Esses dados demonstram a necessidade de conscientização e mudança de paradigmas dos diversos setores da cadeia produtiva de ovos. Os esforços de pesquisa e desenvolvimento devem levar em conta essa realidade e realinhar suas metas, buscando otimizar a eficiência dos processos de produção de nutrientes e minimizar a produção de compostos indesejáveis, buscando retardar o processo de desequilíbrio do ecossistema.