Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Borges, Fabio Renato [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/152146
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Resumo: |
A ordem Charales da classe Charophyceae inclui seis gêneros (Chara Linnaeus, Lamprothamnium J. Grove, Lychnothamnus (Ruprecht) Leonhardi, Nitella C. Agardh, Nitellopsis Hy e Tolypella A. Braun) classificados numa única família (Characeae). O sistema de classificação mais amplamente utilizado foi proposto por Wood & Imahori, é baseado em exclusivamente em caracteres morfológicos e considera que as Characeae formam um contínuo de espécies. As 400 espécies do grupo foram reduzidas a 81 com muitas variedades e formas. Muitos autores apontaram inconsistências no sistema de Wood & Imahori e sugeriram estudos com novas ferramentas (especialmente ultraestruturais e moleculares). No Brasil, foram reportados os gêneros Chara e Nitella, com abordagens essencialmente florísticas. Este trabalho teve por objetivo aplicar marcadores moleculares (sequências dos genes plastidiais que codificam a subunidade grande da enzima ribulose 1-5 bifosfato carboxilase/oxigenase, rbcL – o gene que codifica a enzima maturase K, matK; e os espaçadores nucleares 1 e 2 dos transcritos internos do DNA ribossômico, ITS1 e ITS2), bem como morfologia estrutural (todos caracteres morfológicos considerados diagnósticos) e ultraestrutural (microscopia eletrônica de varredura da ornamentação da parede dos oósporos), para: 1) caracterizar as espécies de Chara e Nitella com ênfase nas regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil; 2) inferir relações filogenéticas entre as espécies brasileiras de Chara e Nitella com as de outras regiões do globo; e 3) associar dados morfológicos, ultraestruturais da parede dos oósporos e moleculares, visando detectar os caracteres que permitem definir diferentes espécies reconhecidas, bem como propor eventuais caracteres novos. Foram geradas doze novas sequências para os marcadores rbcL e matK, e oito para ITS2 para seis espécies de Chara: Chara braunii, Chara foliolosa, Chara guairensis, Chara haitensis, Chara hydropitys e Chara rusbyana. Os dados reforçaram a visão de que alguns táxons infra-genéricos (como subgênero Charopsis e subsecção Willdenowia) não são naturais, enquanto algumas espécies (C. foliolosa, C. haitensis, C. hidropitys e C. rusbyana), anteriormente consideradas como variedades e formas de C. zeylanica, mostraram-se distintas nas análises dos três marcadores moleculares. Para Nitella geramos quarenta e duas novas sequências de rbcL, doze de ITS1 e vinte e três de ITS2 para cinco espécies: Nitella acuminata, Nitella axillaris, Nitella elegans, N. flagellifera e Nitella microcarpa. Dados sobre a parede oósporo confirmaram estudos prévios e os dados moleculares sugeriram a sinonimização de: Nitella subglomerata e Nitella gollmeriana com Nitella acuminata; e Nitella axilliformis com Nitella axillaris. A identidade entre as seqüências foi alta para os três marcadores, mesmo entre populações de Nitella geograficamente muito distantes, assim como a variação dentro de cada caráter morfológico analisado. Nossa primeira hipótese de que o número de espécies de Chara e Nitella descritas até o momento para as regiões Sudeste e Centro-Oeste encontra-se equivocado foi parcialmente comprovada, com redução devido à sinonimização de algumas espécies; porém, nenhuma espécie nova foi reconhecida. A segunda hipótese, que previa que algumas espécies de Chara e Nitella ocorrentes no Brasil apresentariam alta divergência de sequências, devido ao isolamento geográfico em período relativamente remoto, daquelas de outras regiões do mundo foi refutada. |