Comunidades arbóreas em fragmentos de Mata Atlântica: composição florística, fitossociológica e estrutura da paisagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Sabino, Gabriel Pavan [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/151605
Resumo: Esta investigação foi parte do projeto temático ECOFOR: “Biodiversity and Ecosystem Functioning in Degraded and Recovering Amazonian and Atlantic Forests” (NERC/FAPESP), projeto no qual se pretende compreender de maneira mais apropriada o papel das florestas tropicais alteradas pelo homem, sobretudo entender a contribuição que essas florestas possuem para a diversidade, a ciclagem de nutrientes e estoques de carbono. A Mata Atlântica é considerada um dos biomas mais diversos do mundo, posicionada entre os 25 hotspots de diversidade mundial, destacada pelo elevado grau de endemismo, a alta diversidade florística e papel importantíssimo no estoque de carbono. A intensa ocupação humana levou esse domínio fitogeográfico a um avançado processo de fragmentação com a consequente transformação da paisagem e um contínuo declínio nos serviços ambientais. Poucos estudos integram métricas da paisagem a parâmetros fitossociológicos para tentar responder qual o papel dos remanescentes florestais para a manutenção da diversidade da flora. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi realizar um levantamento da estrutura e da composição florística em comunidades arbóreas de seis fragmentos de Floresta Ombrófila Densa Montana e verificar se a estrutura e a composição possuem relação com o tamanho, a conectividade e o tempo de recuperação dos fragmentos. O estudo foi desenvolvido na região de São Luís do Paraitinga, Leste do Estado de São Paulo. Os fragmentos estudados possuem tamanhos variados entre 12,2 ha até 94,6 ha sendo três deles com alta conectividade e três, baixa conectividade. Para o levantamento florístico e fitossociológico, no interior de cada fragmento foi alocado um transecto (10x250 m), com 25 sub parcelas de 10x10 m, sendo amostrada a comunidade arbórea (PAP > 15 cm), incluindo palmeiras, samambaiaçus e indivíduos mortos. O sistema de classificação adotado para classificar os espécimes foi o Angiosperm Phylogeny Group IV (APG IV, 2016). Foram calculados os principais parâmetros fitossociológicos bem como a área basal, a equabilidade (Pielou) e o índice de diversidade florística (Shannon-Wiener) para a região e para cada fragmento. Tendo em vista a diferença do número de indivíduos e o grande número de espécies raras (um ou dois indivíduos), foram utilizados estimadores de riqueza para cada fragmento estudado. As espécies encontradas foram classificadas segundo suas síndromes de dispersão, classes sucessionais e classificação de ameaça. Duas análises de similaridade foram realizadas, ambas utilizando o método de agrupamento Ward e o índice de Bray Curtis. Uma das análises incluíu apenas os fragmentos estudados, para verificar se existe variação da composição e estrutura florística às métricas da paisagem (área e conectividade) e ao tempo de recuperação. A outra análise de similaridade, averiguou a similaridade dos seis fragmentos e outros nove estudos desenvolvidos em Floresta Ombrófila Densa e Floresta Estacional Semidecidual. Foram amostrados 3048 indivíduos e os resultados mostraram alta diversidade e riqueza regional, sendo encontradas 271 espécies, 62 famílias e H’= 4,65 nat.ind-1. As diversidades e riquezas para cada fragmento variaram de 44 espécies (H’= 2,55) a 112 espécies (H’= 4,09), mostrando comunidades heterogêneas com baixa coocorrência de espécies e consequente baixa similaridade florística entre si. Foram encontradas sete espécies em alguma classe de ameaça e a classificação de guildas ecológicas demonstrou um grande domínio de espécies não-pioneiras com dispersão zoocórica. As métricas da paisagem consideradas não apresentaram relação com as variáveis-resposta. Para os dados de estrutura, encontramos uma diferença significativa para o aumento do número de indivíduos vivos associado ao tempo de recuperação dos fragmentos. A análise de similaridade entre outros estudos mostrou um agrupamento dos fragmentos aos estudos desenvolvidos em áreas mais influenciadas à fitofisionomia da Floresta Estacional Semidecidual indicando que os fragmentos estudados estão, possivelmente situados em uma zona de transição entre esta fitofisionomia e a floresta Ombrófila Densa.