Um grande ou vários pequenos? - uma investigação multi-taxa do padrão SLOSS na Mata Atlântica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Souza, Lucas de [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/71146
Resumo: O impacto da fragmentação do habitat na biodiversidade continua sendo um tema de debate em curso dentro da comunidade científica, em parte devido aos desafios em mensurar o efeito da fragmentação independentemente da perda de habitat. Um método para avaliar o efeito da fragmentação per se é comparar a riqueza de espécies em um único fragmento grande versus vários fragmentos menores da mesma área total (o padrão SLOSS). Estudos avaliando SLOSS têm produzido resultados variados, indicando tanto efeitos negativos quanto positivos da fragmentação na biodiversidade, chamando assim a atenção para possíveis influências de outros fatores na resposta da biodiversidade à fragmentação per se. Neste estudo, avaliamos SLOSS usando um banco de dados abrangente composto por 35 paisagens com estimativas de riqueza de espécies locais em 567 fragmentos de vários táxons de animais e plantas da Mata Atlântica. Nosso objetivo é avaliar a prevalência de respostas da comunidade a SLOSS, bem como a influência da capacidade de dispersão e especialização do habitat. Além disso, avaliamos a influência do nível de fragmentação (ou seja, o número de fragmentos) na resposta da biodiversidade à fragmentação. Em relação às comunidades animais, em média, a resposta de SLOSS foi neutra (SL=SS), impulsionada pela alta variabilidade nas respostas individuais. Por outro lado, para comunidades de plantas, a riqueza de espécies foi mais frequentemente maior em vários fragmentos pequenos em comparação com um grande fragmento (SS>SL). A capacidade de dispersão das espécies, em geral, não influenciou a resposta de SLOSS, no entanto, espécies especialistas florestais mostraram uma resposta SL>SS com mais frequência em comparação com os generalistas de habitat. Além disso, o nível de fragmentação influenciou a magnitude da resposta da biodiversidade à fragmentação, especialmente em níveis baixos de fragmentação, embora apenas excepcionalmente não tenha impactado a qualidade da resposta. Esses resultados sugerem que, nas paisagens da Mata Atlântica (ou seja, em relação à diversidade gama), a fragmentação per se tem pouco impacto na diversidade de espécies animais, enquanto para as plantas, especialmente árvores, a riqueza de espécies mais comumente aumenta em uma combinação de vários fragmentos pequenos em comparação com um único grande. Em combinação com resultados anteriores que investigam padrões de diversidade local (diversidade alfa) com base no mesmo conjunto de dados, essas descobertas destacam a importância da escala espacial na avaliação dos efeitos da fragmentação na diversidade, indicando que fragmentos menores, coletivamente, podem contribuir para a diversidade regional, particularmente para árvores. Portanto, preservar tanto fragmentos grandes quanto pequenos pode aumentar a eficiência na proteção das espécies em nível regional.