Pré-melhoramento, genética quantitativa e molecular de Roupala montana var. brasiliensis: uma espécie potencial madeireira da Floresta Ombrófila Mista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pereira, Fernanda Bortolanza [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204074
Resumo: A Floresta Ombrófila Mista (FOM) encontra-se fragmentada, restando menos de 1% da área original no Estado do Paraná, Brasil. Sob as copas da sua espécie símbolo, a Araucaria angustifolia (Bertol.) O. Kuntze (pinheiro-do-Paraná) ocorrem diversas outras espécies potenciais quase que completamente desconhecidas em diversos aspectos, como a Roupala montana var. brasiliensis (Klotzsch) K. S. Edwards (Proteaceae). Não endêmica no Brasil, onde é conhecida como carvalho-brasileiro em face à sua madeira de alto valor, foi explorada até sua escassez para substituir Cardwellia sublimis F. Muell. (Proteaceae) atendendo ao mercado internacional madeireiro. Quase não há informações sobre aspectos de relevância para conservação, manejo e melhoramento de nenhuma das 34 espécies e variações do gênero Roupala. Nossas hipóteses em relação às populações de R. montana var. brasiliensis localizadas em paisagens distintas da fragmentada Floresta Ombrófila Mista foram: i) a intensa fragmentação da paisagem pode estar afetando a estrutura genética populacional dessas populações, deixando-as menores e ainda mais isoladas; ii) deve estar ocorrendo o aumento do parentesco entre os indivíduos das populações de R. brasiliensis, o que levará a depressão endogâmica a longo prazo; iii) devido a autofecundações e cruzamentos correlacionados, sementes coletadas de polinização aberta provavelmente apresentam endogamia e coancestria maior do que a esperada em sementes coletadas de populações panmíticas. Os resultados obtidos a partir das análises realizadas nesta pesquisa confirmaram todas as três hipóteses. A espécie apresenta baixa frequência na floresta e sistema de reprodução preferencialmente por cruzamentos. Há diversidade genética entre populações; entretanto, a evidência de endogamia e a perda de riqueza alélica nos estratos mais jovens, acende um alerta de fragilidade desta diversidade genética. Há estruturação genética significativa nas populações, que se encontram isoladas por distância, mas as taxas de imigração de pólen indicam que não estão isoladas reprodutivamente. Recomenda-se a coleta de sementes de 58 árvores espaçadas no mínimo 300 m entre si, quando visando conservação e diversidade genética. As estimativas do sistema reprodutivo, bem como as longas distâncias de dispersão de pólen indicam uma resistência (efeito tampão) aos efeitos da fragmentação severa e da baixa densidade de indivíduos nas populações de R. montana var. brasiliensis. A variabilidade genética existente no teste de progênies avaliado permite o início de um programa de pré- melhoramento; entretanto recomenda-se a busca por um número maior de árvores-matrizes para coleta de sementes e também o estabelecimento de estratégias de enriquecimento das áreas naturais, em função da ausência de imigração via sementes.