Ensino de português para estrangeiros: por uma historicidade de institucionalização no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Almeida, Jessica Chagas de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/215022
Resumo: Neste trabalho, defendemos que o movimento brasileiro de institucionalização do saber sobre a área de Português Língua Estrangeira (PLE) decorre do processo de internacionalização do português e, mais especificamente, do processo de transnacionalização do português do Brasil, enquanto política linguística, a partir dos anos 1990. Para o cumprimento desta argumentação, visamos estabelecer uma historicidade sobre o ensino de PLE no Brasil, com vias de sustentar nossa tese, em uma relação discursiva entre presente e passado. Dado que objetivamos (re)constituir uma historicidade sobre o ensino de português para estrangeiros, iniciamos esta tese com considerações teórico-metodológicas sobre a Nova História, campo de saber o qual nos associamos, juntamente com os estudos discursivos e foucaultianos e com os estudos em Política Linguística. Por meio do método serial, partimos da análise de corpora a partir dos anos 1990, dado ao marco histórico da assinatura do Tratado de Assunção e aos acontecimentos do período que atuam no estabelecimento e consolidação da área. Essa periodização permitiu recortar na história um certo nível de acontecimentos e de práticas discursivas que acabam por constituir, instituir e circular discursos sobre o PLE, objeto deste trabalho. Uma vez explicitados os nossos percursos teóricos e metodológicos, propomos a organização de uma historicidade sobre o PLE partindo de duas premissas: (1) O desejo pela internacionalização da língua e (2) A institucionalização do PLE no Brasil, como campo de saber. Tais premissas embasam nosso percurso argumentativo, considerando que nossa tese discorre sobre o processo de internacionalização do português que, por sua vez, impulsiona, no Brasil, a institucionalização da área de PLE como campo de saber, no interior da Linguística Aplicada. A partir de meados dos anos 90, houve o fortalecimento de disciplinas dos cursos de PLE, além da criação de novas habilitações e cursos de licenciatura e maior impulsionamento de produção de trabalhos acadêmicos e projetos de pesquisa sobre o tema. Por meio dessas práticas que viabilizam mudança na institucionalização dos saberes, a área ganha visibilidade social e o campo de PLE é legitimado. Assim, evidenciamos como a instituição da Sociedade Internacional de Português Língua Estrangeira e a criação de cursos de licenciatura de professores habilitados em PLE atuam como políticas linguísticas de promoção do português do Brasil como língua transnacional, isto é, duplamente como língua nacional e internacional, com caução teórica e profissional e com fortes características mercadológicas. Nesse caso, devido ao desejo de integração internacional. Por fim, com uma discussão sobre a Linguística Aplicada e PLE, abordamos as potencialidades de ambas as áreas e encerramos com uma reflexão sobre os usos terminológicos de designações sobre o ensino de PLE, que por sua vez, têm emergência histórica e participam do processo de legitimação da área e são atreladas à institucionalização desse saber.