Obtenção de compostos fenólicos em pó por liofilização a partir da torta residual de pequi

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Nunes, Natalie Stephanie Sawada
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192389
Resumo: O Cerrado, segundo maior bioma brasileiro, possui uma rica flora e fauna dentre as savanas do mundo. O pequi (Caryocar brasiliense Camb.) é um fruto nativo desse bioma e apresenta muitos compostos bioativos como carotenoides, vitaminas A e E e compostos fenólicos que possuem ações anticarcinogênicas, antimicrobianas e antioxidantes. Esses compostos, no entanto, são sensíveis a exposição à luz e oxigênio. Para amenizar essa degradação podem ser utilizados métodos de encapsulação. A extração do óleo da polpa de pequi, por prensagem a frio, gera uma torta residual rica em compostos bioativos. Portanto, o objetivo do presente trabalho foi a encapsulação dos compostos fenólicos presentes na torta residual por meio da liofilização utilizando diferentes agentes encapsulantes (amido de mandioca modificado, goma arábica, maltodextrina e ovoalbumina). Para tanto foi obtido um extrato aquoso (1:6 m/v) da torta residual utilizando extração ultrassônica com os seguintes parâmetros: 240 W de potência, 50% de pulso e 10 minutos. Os materiais encapsulantes corresponderam a 20% do extrato. Inicialmente, o extrato foi misturado aos agentes encapsulantes puros com o intuito de verificar quais os melhores encapsulantes. Numa segunda etapa, foram utilizadas misturas de amido de mandioca modificado (AM) e maltodextrina (MD) para misturas nas proporções de 50% de AM e 50% de MD; 75% AM e 25% MD e 25% AM e 75% MD. Todas as amostras foram liofilizadas a -50 °C por 48 horas, originando pós de cor amarelada, os quais foram avaliados com relação às características físico-químicas. Após secagem, os pós apresentaram 3 a 4% de umidade, tanto nos pós com agentes encapsulantes puros como nas misturas de AM e MD. Nos processos utilizando agentes encapsulantes puros, o rendimento foi maior para o amido de mandioca modificado (73,1%) e os valores de retenção dos compostos fenólicos variaram entre 66-50%, sendo o maior para a goma arábica e o menor para a ovoalbumina. Os rendimentos obtidos com as misturas de AM e MD apresentaram uma média de 73,6% e a mistura de 75% AM e 25% MD alcançou retenção de compostos fenólicos de 90%, destacando-se entre as demais. Essa mistura demonstrou baixa higroscopicidade (10%), indicando uma boa estabilidade do material. A mistura 75% AM e 25% MD e o extrato liofilizado foram submetidos a testes de estabilidade a uma temperatura de 25 ºC e exposição à luz (800 lux) durante 28 dias. Durante os 7 primeiros dias de armazenamento ambas amostras tiveram perdas significativas de compostos fenólicos, entretanto as amostras encapsuladas apresentaram perdas menores. O extrato puro apresentou grande variação de cor durante o armazenamento (∆E = 12,1), como consequência da possível perda de carotenoides. O AM e MD atuaram como bons agentes carreadores.