Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Nathan Guilherme |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/194512
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Resumo: |
A Hanseníase é um problema de saúde pública no Brasil, em especial no estado de Mato Grosso onde são diagnosticados grande parte do número de casos novos do país. Nesse cenário, surgem os estudos epidemiológicos que buscam compreender de forma quantitativa os fatores que predispõem a manutenção da transmissão nessas localidades, assim como os estudos qualitativos que contribuem para o entendimento das percepções dos usuários e prestadores de serviço de saúde sobre a doença. Assim, realizamos um estudo de coorte retrospectiva e análises espaciais dos casos notificados com hanseníase no período de 2008 a 2018 e uma análise de conhecimento sobre a hanseníase juntos aos profissionais de saúde, os casos notificados, contatos intrafamiliares e membros da comunidade, com a finalidade de analisar as fragilidades operacionais e de educação em saúde na hanseníase nos serviços públicos de saúde do município de Cáceres/MT. Neste estudo, foi observado uma maior proporção de homens, um predomínio de pacientes da cor preta e com idade economicamente ativa. Um importante aumento de casos com incapacidades físicas no momento do diagnóstico e no final do tratamento também foi verificado, com forte associação com idade e classificação operacional MB. Esse dado é fundamentado pela detecção passiva de casos da doença no município e pela centralização dos serviços no Centro Referencial de Saúde verificado pelas nas análises geoespaciais. Na análise de conhecimento, foi observado que as percepções sobre hanseníase no município não se diferem entre grupos de indivíduos entrevistados e sob certos aspectos, até mesmo entre profissionais de saúde, conceitos antigos da doença são mantidos. Como exemplos destacamos: a necessidade de isolamento, transmissão pelo uso ou compartilhamento de objetos pessoais com os doentes, além da dificuldade em aceitar que existe cura para a hanseníase. Identificamos também casos de pacientes que afirmaram ocultar que tinham ou tiveram a doença por medo do preconceito e de todo estigma gerado em torno da mesma. Concluímos que o município de Cáceres/MT apresenta problemas na descentralização dos serviços de saúde, acarretando dificuldades na suspeição diagnóstica e na busca ativa de casos e por conseguintes dificuldades em promover ações educativas que eliminem o estigma e interrompa a cadeia de transmissão da hanseníase. |