Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Fanela, Thiago Luis Martins [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/191421
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Resumo: |
Embora o Brasil seja o segundo maior produtor de soja [Glycine max (L.) Merrill] do mundo, a produtividade desse grão é afetada diretamente pela incidência de insetos-praga. Dentre as pragas, os lepidópteros Chrysodeixis includens (Walker) e Spodoptera eridania (Stoll) (Noctuidae) têm causado danos expressivos nos últimos anos. As práticas de controle mais empregadas no manejo dessas pragas envolvem a aplicação de inseticidas sintéticos e o uso da tecnologia Bt. No entanto, a movimentação larval dessas espécies pode comprometer essas estratégias, com impactos relevantes sobre o Manejo Integrado de Pragas (MIP) e o Manejo de Resistência de Insetos (MRI). Para a espécie S. eridania, existe um agravante, visto que a mesma apresenta baixa suscetibilidade à toxina Cry1Ac. Nesse sentido, esse estudo teve como objetivo caracterizar a movimentação de diferentes ínstares larvais dessas duas espécies e o possível impacto que esse comportamento tem sobre o MIP e MRI. Assim, foram realizados estudos de movimentação larval na planta e entre plantas em cultivares de soja Bt (TMG 7062 IPRO) e não Bt (TMG 7262 e 92Y83 “Pioneer”) em período reprodutivo sob condições de laboratório, casa de vegetação e campo. Nos estudos de movimentação na planta. Foram avaliadas a distribuição larval em três posições (superior, mediano e basal) das plantas e em diferentes períodos, além da permanência dos insetos sobre as plantas. Os estudos de movimentação larval entre plantas tiveram como objetivo caracterizar a distância percorrida pelas lagartas entre as ruas de plantio de soja, bem como o padrão de movimentação e distribuição. Exceto pelo experimento de movimentação larval na planta conduzido no Brasil na safra 2016/2017 com C. includens, os demais foram instalados sob infestação artificial. Quanto à movimentação na planta, as lagartas em ínstares iniciais de ambas espécies permaneceram no local da infestação. Com lagartas mais desenvolvidas em plantas não-Bt, os insetos foram encontrados preferencialmente na região mediana das plantas. Na cultivar Bt, não houve diferença quanto à porcentagem de lagartas desenvolvidas recuperadas entre os setores superior e mediano para S. eridania. A permanência das lagartas dessa espécie foi superior em 35,0 % nessa cultivar, quando comparada com a tecnologia não-Bt (2.1%). A permanência das lagartas desenvolvidas em soja não-Bt após a infestação com C. includens foi de 38,3 % na última avaliação, sendo o aumento na desfolha um possível fator responsável por esse comportamento. Quanto à movimentação entre plantas, as lagartas de ambas espécies demonstraram habilidade em se movimentar entre as ruas e plantas de soja, sendo esse comportamento constatado também na cultivar Bt com S. eridania. As duas espécies aparentemente exibem um padrão de movimento não-direcional. Os resultados sugerem que a movimentação larval desses dois insetos-praga nas plantas é influenciada pelos ínstares em que se encontram e, no caso de S. eridania, a tecnologia Bt evidencia melhor essa característica devido a um possível efeito adverso da proteina Cry1Ac sobre a biologia do inseto. Os resultados obtidos poderão auxiliar na escolha do momento ideal para pulverizações com inseticidas e também no uso de outras estratégias de manejo, contribuindo com o manejo integrado de pragas (MIP). A capacidade de movimentação larval dessas espécies entre as plantas de soja sugere que o refúgio “no saco” pode não ser uma estratégia adequada, visando ao manejo de resistência a inseticidas (MRI). Neste caso, o refúgio estruturado poderia ser um modelo mais eficiente. Os ensaios realizados poderão servir como modelo para futuros estudos envolvendo estratégias de MIP e MRI para insetos-praga na cultura da soja. |