Germens de trabalho associado no MST

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Santos, Selma de Fatima [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/150723
Resumo: O conteúdo desta dissertação é resultado de um trabalho de pesquisa, cujo objetivo, foi buscar compreender os dilemas no âmbito do trabalho enquanto atividade humana necessária para a reprodução da vida, mas, sobretudo como atividade emancipadora do ser humano, no interior do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST. Partimos da compreensão de que a conquista da terra simplesmente não altera substancialmente as relações de trabalho no sentido de emancipação dos trabalhadores sem-terra. Tal reflexão resultou nos três subsequentes capítulos, os quais apresentam as diferentes formas de trabalho presentes na atualidade: trabalho estranhado e auto gestionário e no devir histórico: (trabalho associado). No primeiro capítulo abordou-se o trabalho estranhado na sociedade capitalista, especificamente em áreas do agronegócio, (este por estar presente na realidade imediata dos Sem Terra onde muitos trabalhadores acampados ou assentados vendem sua força de trabalho), bem como, a relação orgânica do trabalho estranhado com a propriedade privada da terra, do trabalho e dos meios de produção. Aqui perpetua a fórmula mágica do capitalismo: quanto mais riqueza produz por meio de seu trabalho, mais pobre se torna o trabalhador, (pobreza material e espiritual). No segundo capítulo, assenta-se a reflexão sobre as tentativas de superação do estranhamento do trabalho nas áreas de luta e conquista do MST à luz de uma experiência de organização de trabalho auto gestionário, o qual possui, potencialmente, germens de trabalho associado. Tal experiência, realizada na COPAVA (Cooperativa de Produção Agropecuária Vó Aparecida), no assentamento Pirituba, região de Itapeva, estado de São Paulo, é fruto de uma concepção de cooperação no MST, construída nos anos 90, a qual teve como principal referencia a organização dos trabalhadores campesinos em Cuba. Nesta, a terra, o trabalho e os fatores de produção são coletivizados, bem como, o trabalho é auto gestionário. No entanto, o mesmo se realiza permeado pelas contradições do sistema do capital. No terceiro capítulo, situam-se várias dimensões do trabalho associado. Conclui-se, portanto que, por mais revolucionária que seja uma organização de trabalhadores, cujo trabalho se edifica em novas bases, haverão sempre as contradições permeadas pelo sistema do capital enquanto modo de produção. Nesse sentido, a reflexão posta, é necessidade de exercitar e aprimorar a cada dia a capacidade revolucionária de fazer algo diferente, mesmo como gérmens, cumulativos para a organização de uma nova comunidade humana futura.