Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Piva, Tayeme Cristina [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/192250
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Resumo: |
Fibras gelatinosas são células especializadas de esclerênquima que possuem uma camada interna altamente modificada de aparência gelatinosa e translúcida, denominada camada-G. Diversas funções são atribuídas as fibras gelatinosas sendo a principal e mais conhecida a sua relação com o lenho de tração. Porém, outras funções de cunho fisiológico e adaptativo, tais como armazenamento de água e manutenção da orientação foliar foram descritas para as fibras gelatinosas. As fibras gelatinosas são reportadas em diversas famílias de angiospermas nos mais diversos ambientes, com isso outras funções podem ser associadas a ocorrência das fibras gelatinosas nos mais diferentes ambientes. O objetivo desse estudo foi analisar as fibras gelatinosas em representantes de Eriosema (DC.) Desv. um gênero de leguminosa comumente encontrado em Cerrado, visando a acessar variações na distribuição e organização das fibras gelatinosas no eixo vegetativo aéreo e subterrâneo, caracterizar a estrutura básica e a histoquímica das paredes celulares. O estudo foi conduzido com 19 táxons coletados em diferentes áreas de Cerrado, sendo amostrados a folha, caule aéreo e órgão subterrâneo. O material foi processado de acordo com técnicas usuais em anatomia e histoquímica vegetal. Uma espécie foi considerada como modelo e foram utilizados os anticorpos LM5 e LM10 marcadores para galactanos e xilanos, respectivamente, nas paredes das fibras gelatinosas. As fibras gelatinosas ocorreram por todo o corpo vegetativo dos táxons de Eriosema estudados, sendo extraxilemáticas em regiões com crescimento primário e xilemáticas em regiões com crescimento secundário. Quanto à organização, na folha as fibras gelatinosas formaram calotas ao redor do floema primário da nervura principal; no caule, se organizaram em cordão cilíndrico completo ao redor do floema em crescimento primário ou em pequenos grupos separados por parênquima em crescimento secundário; no órgão subterrâneo, se organizaram em faixas tangenciais separadas por raios de parênquima xilemático. Em todos os órgãos analisados, as fibras gelatinosas exibiram três camadas parietais distintas: camada-P, incluindo a parede primária e lamela média rica em pectina; a camada-S com número variável de estratos (1-3) geralmente lignificados, e a camada-G, parede celular terciária, não lignificada ou com baixo teor de lignina. De um modo geral, a camada-G foi mais espessa que as demais camadas parietais (P e S). A espécie modelo, apresentou camada-G composta (G+L) formada por lamela não-lignificada (G) e lamela interna lignificada (L) ocorreu na folha (região da nervura principal), regiões do caule em crescimento secundário e órgão subterrâneo. A presença de lignina e xilanos na lamela interna lignificada (L) da camada-G composta foi demonstrada neste estudo, por meio de métodos histoquímico e imunohistoquimico, respectivamente. A ausência de lignina na camada-G, ao conferir propriedades hidrofílicas a esta camada parietal, pode favorecer o armazenamento de água a curto período. Porém, a presença de lignina na camada-G composta (camada-L), como observado no eixo vegetativo aéreo e subterrâneo, ao conferir rigidez e resistência mecânica permitiria proteção em condições ambientais adversas e maior resistência ao fogo. Considerando a abundância de fibras gelatinosas no eixo vegetativo dos táxons de Eriosema aqui analisados, tais fibras podem representar uma adaptação estrutural associada às condições do Cerrado, um ambiente sazonal com temperaturas elevadas e alta incidência luminosa, períodos alternados de alta e baixa disponibilidade de água, solos pobres em nutrientes e aluminotóxicos e queimadas recorrentes. Estudos experimentais com foco na ontogênese da camada-G composta nas fibras gelatinosas de plantas sujeitas a diferentes condições edáficas e climáticas serão necessários para um melhor entendimento sobre os fatores ambientais que favorecem a sua formação. |