Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Nascimento, Décio Dantas do |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/181613
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Resumo: |
Esta dissertação concretizou-se devido às necessidades de ensino e aprendizagem de gêneros orais públicos formais na socioeducação. Teve como objetivo investigar formas de como o Seminário Escolar (SE) pode ser um dos instrumentos que medeiam o processo socioeducativo no desenvolvimento humano, cidadão e escolar de adolescentes que cumprem medida de internação na Fundação Casa (FC). Os participantes da pesquisa eram alunos de uma escola estadual que funciona dentro de uma das unidades de internação da FC, na cidade de Iaras, no interior de São Paulo. Para cumprir tal objetivo, elaborou-se uma sequência didática adaptada (SD) fundamentada na didatização do gênero SE a partir da qual foram produzidos textos pertencentes a esse gênero. Buscou-se desenvolver capacidades de linguagem com vistas à produção do gênero SE e, por extensão, impulsionar o desenvolvimento da autonomia e da cidadania de socioeducandos que cumprem medida de internação. Esta pesquisa inscreve-se no referencial teórico-metodológico do Interacionismo Sociodiscursivo (ISD); na Didática das Línguas da Escola de Genebra (2004); na concepção de linguagem e de gêneros bakhtiniana (2003), nos pressupostos teóricos do gênero SE em destaque aos estudos de Dolz; Schneuwly; de Pietro e Zahnd (2004), Gomes-Santos (2012) e na elaboração do modelo teórico proposto por Barros (2011). O percurso metodológico da pesquisa foi delineado nas etapas da pesquisa-ação (THIOLLENT, 1997), nas quais foram diagnosticados os problemas de comunicação oral dos participantes desencadeado pelas lacunas teórico-metodológicas nos materiais da secretaria da educação, defasagem na formação inicial do professor e falta de recursos midiáticos necessários para a produção do gênero a partir destes, foi elaborada uma SD adaptada do modelo da Escola de Genebra, com foco nas capacidades de ação e nos textos planejadores da fala pública formal (slides e handout). No interior dessa SD foram geradas produções textuais que constituíram o corpus de análise, quais sejam: produção inicial (PI) e produção final (PF). A PI foi avaliada globalmente e a PF somente as capacidades de ação (contexto de produção e conteúdo temático). A avaliação foi feita segundo o modelo de análise de textos bronckartiano (capacidades de ação, discursivas e linguístico-discursivas); os elementos não verbais da fala e a relação dialética oral-escrita. Os resultados de análise mostraram que o domínio da fala pública formal do gênero SE, por internos da FC permite o desenvolvimento da autonomia e do agir cidadão num processo que pode ser estendido para depois do cumprimento da medida consolidando o processo de ressocialização desses internos. Conclui-se que, o gênero SE, ao ser ensinado no contexto de socioeducação permitiu a ampliação e a transposição das capacidades de linguagem aprendidas para outros instrumentos utilizados no processo de socioeducação (Plano de Atendimento Individual; oficina profissionalizante; arte-cultura; saídas externas). Ao integrar o instrumento SE aos já existentes no contexto da socieducação este funciona como um hiperinstrumento multissemiótico, pois serve à função de comunicar, de ensinar, de humanizar e de ressocializar, ampliando, assim, o sistema de representações psicológicas e o de produção de linguagem. |