Formação de representações e reestruturação do conteúdo temático para a produção do texto autobiográfico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Gladenucci, Paula Fabiane Sartori
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181742
Resumo: Esta dissertação, realizada em nível de mestrado profissional, no Programa Docência para Educação Básica, da Unesp de Bauru/SP, foi desenvolvida por meio de uma pesquisa-ação de caráter longitudinal, em uma escola pública do município de Bauru. Teve como objetivo formar representações de mundos discursivos para serem semiotizadas no texto autobiográfico, por meio de diversas operações psicológicas e linguísticas organizadas em sequências didáticas, numa turma do 3º ano do ensino fundamental, em 2017, em continuidade no 4º ano, em 2018. Para tanto, o processo de ensino-aprendizagem foi organizado em duas sequências didáticas de gênero (SDG), uma em 2017 e outra em 2018, para desenvolver capacidades de linguagem para escrita do texto autobiográfico. Esta pesquisa inscreve-se no referencial teórico-metodológico do Interacionismo Sociodiscursivo (ISD) que compreende o agir humano nas atividades de linguagem, conforme Bronckart (2003); na psicologia da aprendizagem de Vygotsky, sobretudo nas funções psicológicas memória, pensamento e linguagem e os conceitos de zona de desenvolvimento real e proximal; na Didática das Línguas da Escola de Genebra (2004); na concepção de linguagem e de gêneros bakhtiniana (2003), nos pressupostos teóricos do gênero autobiografia em destaque aos estudos de Lejeune (1975, 2008) e Bakhtin (2003, 2006, 2014) e na elaboração do modelo teórico proposto por Barros (2011). O percurso metodológico da pesquisa foi delineado nas etapas da pesquisa-ação (THIOLLENT, 2008/2011), nas quais foram diagnosticados os problemas de escrita e, a partir destes, foram elaboradas as duas SDG. A primeira, em 2017, com o enfoque nas representações psicológicas do gênero e, no ano seguinte, em 2018, a segunda SDG, desenvolvendo a reestruturação do conteúdo temático por meio de operações de linguagem para a escrita do texto autobiográfico. No interior dessas SDG foram geradas produções textuais que constituíram o corpus de análise, quais sejam: avaliação diagnóstica (AD); produção inicial (PI) e produção final (PF) das duas SDG. Nas duas versões da AD (2017 e 2018) foi avaliado somente o conteúdo temático; nas duas versões da PI e PF (2017 e 2018), a avaliação foi feita segundo o modelo de análise de textos bronckartiano (capacidades de ação, discursivas e linguístico-discursivas). Os resultados de análise mostraram que o domínio da escrita do texto autobiográfico, por alunos dos anos iniciais do ensino fundamental, é alcançado no decurso de um longo processo de desenvolvimento do pensamento e da linguagem, mediado por um ensino intencional, formal e sistematizado organizado em torno de um objeto social de prática de linguagem (gênero). Conclui-se que, sem previamente semiotizar as representações do conteúdo temático por tema (Unidade de Significado), agentes de 8 a 10 anos de idade não chegam à materialização do texto autobiográfico. A reestruturação do conteúdo temático na autobiografia requer mediação na formação das representações psicológicas por meio de instrumentos semióticos auxiliares à memória que, no caso desta pesquisa, foram o portfólio, constituído pelas lembranças da trajetória de vida, e o quadro do conteúdo temático que sintetiza as unidades de significado que o constituem.