Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
López, Camila Soares [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/149934
|
Resumo: |
Na França do século XIX, o periodismo alcançou o seu auge. A época é reconhecida por alguns estudiosos, a exemplo de Dominique Kalifa e Marie-Ève Thérenty, como aquela da “civilização do jornal”, pois se notabilizou pelo surgimento de folhas populares, vendidas a preços módicos, e pelo considerável aumento do público leitor, assim como pela vulgarização do folhetim, espaço cedido à contribuição literária. Em sua maioria, seus colaboradores eram também homens de Letras que buscavam meios de subsistência ao se dividirem entre as colunas desses jornais e seus romances, poemas e peças de teatro. Subordinados não apenas a esse suporte, mas, também, aos editores da época, jovens escritores da década de 1880, embalados pelo sentimento de decadência do Positivismo e das ciências, ousaram romper com tal relação de dependência, criando revistas que rivalizavam com a produção da grande presse. Nasceram, assim, as petites revues. Nas petites revues, os jeunes, oriundos de agrupamentos decadentistas e simbolistas, podiam se dedicar àquilo que julgavam ser a “arte pura”. Nesses periódicos, difundiam seus versos, excertos de romances, contos e, ainda, assinavam a crítica literária. Em 1890, veio à luz a série moderne do Mercure de France. Essa revista, dirigida por Alfred Vallette, foi divulgadora dessa crítica, publicando, entre 1890 e 1898, diversos escritos que lançavam um olhar atento sobre a produção literária de seu tempo. Além disso, mostrou-se parte integrante de um processo de desenvolvimento do próprio gênero na França, cujas práticas flertaram com o Romantismo, o Naturalismo e, por fim, com o Simbolismo. Objetivamos apontar a contribuição dada pelo Mercure de France à difusão do Simbolismo e do novo nas artes e na literatura, ao apresentarmos a tese de que a revista foi, de fato, uma publicação simbolista, na medida em que sustentou essa estética e irradiou doutrinas fundamentais que aspiravam à renovação do pensamento e da literatura por meio de sua crítica literária. Para tanto, no primeiro capítulo, dedicamo-nos a descrever e analisar o periódico em questão, elucidando sua classificação como petite revue e sua consolidação no campo editorial, bem como seu cosmopolitismo, que foi característico do fim do século e fez com que escritores e jornalistas franceses fossem reconhecidos no Brasil e literatos brasileiros acedessem ao cenário literário francês, em evidente processo de transferências culturais. No segundo capítulo, debruçamo-nos sobre a ascensão e desenvolvimento do Simbolismo na França, esclarecemos de que maneira o Mercure posicionou-se em relação ao movimento e seus representantes e detalhamos aspectos das sociabilidades que pautavam as relações dos escritores e artistas da época, o que pôde ser entrevisto nas resenhas e resumos de livros publicados, assim como em outros periódicos, livros de memórias e correspondências, com os quais é possível apontar os Mestres e as referências culturais dos chamados novos. No terceiro capítulo, atentamo-nos à crítica per se, definindo seus fundamentos e orientações. Finalmente, traduzimos parcialmente e, em alguns momentos, integralmente, esses escritos críticos, compondo, assim, uma antologia, que traz à baila as doutrinas da renovação e os nomes daqueles que compuseram o campo da vanguarda literária, entre outros aspectos. |