Contradições entre gênero e classe no teatro de grupo paulistano: a representação poética da mulher no espetáculo A Brava da Brava Companhia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Lopes, Vanessa Biffon [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/180435
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo investigar as contradições entre gênero e classe no teatro de grupo paulistano através dos modos de produção e da análise da representação poética da mulher no espetáculo A Brava da Brava Companhia, única peça deste coletivo a colocar em protagonismo uma figura feminina, em contraste com a construção poética das mulheres nos demais espetáculos e experimentos da Cia (O Errante; Este lado para cima; Corinthians, meu amor; Júlio e Aderaldo; Quadratura do Círculo; JC; Show do Pimpão). A Brava Companhia faz parte do movimento de teatro de grupo paulistano, formado por grupos que têm como premissas centrais o trabalho continuado, a pesquisa de linguagem e a relação profícua com o contexto social em que estão inseridos. Foram realizadas entrevistas com a Companhia e, principalmente, com as mulheres, destacando a participação delas nas funções artísticas, administrativas e nas instâncias decisórias do grupo, questionando os poucos registros da atuação feminina na Companhia e considerando que seu modo de produção, incluindo as relações de gênero, reflete diretamente na construção poética. Utilizando algumas teorias do feminismo, ora entrecruzadas com o teatro (ROMANO, 2009; ANDRADE, 2008; VICENZO, 1992) e o teatro épico dialético (DIAMOND, 1997; POLLOCK, 1989), ora com o marxismo e o socialismo (SAFFIOTI, 2014; MORAES, 2000; GOLDMAN, 2014) e também com a história das mulheres (PERROT, 1992; 2015), procurou-se fazer uma leitura feminista da trajetória do grupo, desde seu surgimento e durante a ocupação no Sacolão das Artes, até o rompimento de algumas(alguns) integrantes no final de 2017. A pesquisa ainda abrangeu uma reflexão acerca da experiência artística paralela de duas artistas da Brava Companhia no Madeirite Rosa, coletivo teatral composto apenas por mulheres. Como hipótese, avalia-se que o discurso focado apenas na luta de classes acaba por inibir a perspectiva das(dos) artistas na construção do gênero feminino em cena. Em diálogo com estas contradições, elegeu-se a perspectiva feminista da interseccionalidade (CRENSHAW, 2004; DAVIS, 2016;) como fundamentação teórica para a construção poética em intersecção entre gênero e classe, a ser retomada em pesquisas futuras.