Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Cruz, Agnes Sofia Guimarães |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/157447
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Resumo: |
Em 2015, um conjunto de manifestações do movimento feminista levou a Imprensa a identificar um fenômeno que atribuiu como Primavera das Mulheres, fase de reivindicações pelo combate à violência de gênero e a defesa de pautas como a igualdade salarial e o direito ao aborto. Ao mesmo tempo, em novembro de 2015 o Mapa da Violência, publicação elaborada com o apoio da Organização das Nações Unidas, trouxe um dado alarmante sobre o aumento da violência de gênero na população negra feminina, que passou a ser replicado pela Imprensa e por ativistas negras e organizações da sociedade civil engajadas pelo combate à violência contra a mulher negra. O presente trabalho partiu da motivação em compreender de que forma a Imprensa passa a acompanhar essas discussões e a representa-la em sua cobertura noticiosa, e as similitudes e diferenças encontradas em relação às estratégias de debate e agendamento, nas mídias sociais, por autoras negras que se identificam como ativistas online e parte do conjunto de vozes do feminismo negro. Dessa forma, o trabalho realiza um trabalho exploratório com a análise crítica do material online de um veículo considerado como parte da Imprensa tradicional, a Folha de São Paulo, e do conjunto de artigos reunidos e filtrados pelo portal de uma das instituições mais renomadas na luta antirracista e pelos direitos humanos, o Portal Geledés. O objetivo central da pesquisa consistiu em identificar categorias de valores, fontes e informações presentes na cobertura noticiosa da Folha de São Paulo em casos de violência de gênero, e, a partir do encontro de categorias identificadas no material publicado pelo Geledés, pensar em estratégias para uma cobertura noticiosa mais atrelada à importância do fator racial nas discussões quanto aos Direitos das Mulheres Negras. A partir da análise do material encontrado, concluiu-se que, em relação às condições que estão por trás dos números alarmantes dos casos de violência de gênero contra mulheres negras no Brasil, há uma percepção da responsabilização do Estado quanto a práticas racistas resultantes da violência policial (principalmente em casos como a de Luana Barbosa) ou da repressão política a mulheres negras (conforme os relatos publicados da Marcha das Mulheres Negras); no entanto, o peso da reação do Estado diante do fator racial nos casos de violência doméstica e outros crimes sexuais baseados por gênero esteve ausente em boa parte do conteúdo noticioso da Folha de São Paulo; a cobertura sobre a violência de gênero como um todo também apresenta algumas limitações que contribuem para que a questão racial seja ainda mais ausente quando a pauta está relacionada às mulheres negras. Diante desse cenário, houve a necessidade de ampliar o entendimento sobre conteúdos de comunicação voltados ao agendamento racial nas discussões de gênero, com a consulta do Mapa da Violência, além da criação de categorias finais de análise que levaram a uma proposta de teoria substantiva para uma cobertura midiática do tema que leve em consideração aspectos interseccionais (gênero, cor e classe). A pesquisa adotou a Teoria Fundamentada (The Grounded Theory) como caminho metodológico, por meio do qual houve a análise e a emergência teórica mencionada entre os resultados da pesquisa. Como respaldo teórico, destacam-se Strauss e Corbin (2008), Collins (1990;2016), Castells (1999;2009; 2011), Hall (1997) e Sodré (2009). |