Victoria Ocampo (re)visitada por María Rosa Lojo: uma leitura comparada de Las libres del Sur (2004) e “1979 - Victoria en la ínsula de Fani” (2021)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Fujikawa, Guilherme Tardelli [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/258724
Resumo: O presente trabalho realiza uma análise comparada da construção ficcional da personagem histórica Victoria Ocampo (1890-1979) no romance Las libres del Sur (2004) e no conto "1979 - Victoria en la ínsula de Fani", que integra a coletânea Así los trata la muerte (2021), ambos da escritora argentina contemporânea María Rosa Lojo (1954). O principal objetivo foi investigar como Lojo configura a ficcionalização de personagens históricas, especialmente Victoria Ocampo, para dar lugar a mulheres cujas vozes foram apagadas pelo discurso hegemônico e reivindicar sua importância na construção da identidade nacional argentina. Ao escolher Victoria Ocampo como protagonista das narrativas selecionadas, Lojo destaca uma figura proeminente que desafiou as normas da época e contribuiu significativamente para o cenário cultural e literário da Argentina, sem, entretanto, ter o devido reconhecimento por isso. A análise se concentra na discussão de como as narrativas constroem o protagonismo de Victoria Ocampo, explorando os recursos literários empregados por Lojo para criar uma representação ficcional que transcende a mera biografia, estendendo-se ao contexto mais amplo da literatura argentina contemporânea. Considerando o papel das mulheres na sociedade e como suas trajetórias foram, muitas vezes, subestimadas e apagadas pela história e pelo cânone literário, a discussão se ampara, ainda, em conceitos teóricos relacionados à intersecção entre história e ficção, com base nas contribuições de Hutcheon (1991), Trouche (2006) e Weinhardt (2011), entrelaçados com as premissas da literatura comparada, conforme Authier-Revuz (2007), Carvalhal (2006) e Torga (2001, 2007), e da crítica feminista, de acordo com Riot-Sarcey (2009), Zolin (2019) e Pateman (2021). Nesse percurso, o trabalho proporciona uma leitura comparativa que explora, à luz da intertextualidade (Samoyault, 2008), elementos de confluência, dissonância e diálogo entre o romance e o conto, revelando uma trama intratextual na obra lojiana que evidencia a evolução da representação ficcional de Victoria Ocampo. A análise empreendida favorece o entendimento da narrativa de María Rosa Lojo e promove uma discussão mais ampla sobre a representação da mulher na literatura argentina contemporânea, proporcionando uma compreensão mais profunda da contribuição da obra lojiana para o debate sobre o papel da mulher na história e na literatura.