Ajustes posturais sob perturbação externa em indivíduos com doença de Parkinson e neurologicamente sadios

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Beretta, Victor Spiandor [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/151770
Resumo: Introdução: A manutenção da postura emprega mecanismos de controle preditivos e reativos. Indivíduos com doença de Parkinson (DP) apresentam declínio no controle postural, principalmente na presença de perturbações externas. O uso de informações adicionais sobre a perturbação postural parece ser eficiente para melhorar o controle postural de idosos neurologicamente sadios, porém, na DP ainda é pouco conhecido. Objetivos: a) comparar as respostas dos ajustes posturais preditivos e reativos em idosos neurologicamente sadios (GC) e com DP (Estudo 1); b) verificar o efeito do fornecimento de informações adicionais nos ajustes posturais preditivos e reativos (Estudo 2). Metodologia: Participaram do Estudo 1, 39 (19 com DP e 20 GC) e do Estudo 2, 36 (17 com DP e 19 GC) selecionados na comunidade. Os indivíduos ficaram em pé sobre um equipamento que provocou a perturbação pelo deslocamento da base de suporte com intensidade de 15 cm/s e deslocamento de 5 cm. A perturbação inesperada foi apenas a primeira tentativa e, posteriormente, foram realizadas mais 15 tentativas em que apenas 5 ocorreram a perturbação de maneira imprevisível para análise da habituação à tarefa (Estudo 1). Para o Estudo 2 foram realizadas 20 tentativas com o fornecimento de informações adicionais sobre a perturbação, visual, verbal e somatossensorial do músculo requerido. Os dados EMG e CoP na condição inesperada foram analisados por meio de ANOVA one-way e nas perturbações imprevisíveis (Estudo 1 e 2) por meio de ANOVAs two-way. Resultados: Na perturbação inesperada, os idosos com DP apresentaram maiores valores nos parâmetros da EMG e do CoP em relação ao GC. Na habituação à perturbação, os idosos com DP adaptaram os padrões nos ajustes posturais reativos de forma tardia quando comparados ao GC. Em relação ao efeito das informações adicionais no controle postural, os idosos com DP apresentaram menor oscilação do CoP nos ajustes posturais preditivos em todas as condições de informações quando comparados ao GC. Já o GC aumentou a oscilação do CoP nos ajustes preditivos, considerando as mesmas condições. Nos ajustes posturais reativos, ambos os grupos apresentaram efeitos positivos das informações verbais e somatossensoriais, diminuindo os parâmetros temporais, de amplitude da EMG e espaciais do CoP em relação ás tentativas sem o seu fornecimento ou com o as demais informações (sobre a perturbação e visual). Além disso, os idosos com DP apresentaram controle postural mais adequado quando fornecida informação somatossensorial em relação às demais informações. Por fim, apesar das alterações positivas nos ajustes reativos, os idosos com DP apresentaram maior coativação muscular e tempo para recuperar a posição estável em relação ao GC. Conclusão: Idosos com DP possuem pior controle postural em situações com perturbações externas inesperada e imprevisível, evidenciando alterações temporais, na amplitude da EMG e espaciais do CoP. Além disso, idosos neurologicamente sadios e com DP conseguem alterar os padrões dos ajustes posturais com a exposição de perturbações externas, porém, na DP essa habituação é mais atrasada. As informações adicionais somatossensoriais parecem ter efeito positivo no controle postural dos idosos, principalmente na DP, diminuindo os parâmetros EMG e do CoP nos ajustes preditivos e reativos.